O Banco Central anunciou uma nova redução na taxa básica de juros, a Selic, levando-a a 12,75% ao ano. Embora essa decisão não tenha surpreendido o mercado, muitos investidores estão se perguntando como essa mudança afetará suas estratégias de alocação de ativos em renda fixa e renda variável.
Neste artigo, exploraremos as oportunidades e os riscos em ambas as classes de ativos.
O Cenário da Renda Fixa
Com a Selic em queda, os especialistas apontam que, embora a rentabilidade da renda fixa tenha diminuído, ela ainda permanece em um patamar atrativo.
Espera-se que a Selic permaneça em dois dígitos até o próximo ano, o que significa que as taxas de juros continuarão relativamente elevadas.
Títulos de Inflação: Uma Escolha Favorável
Os títulos indexados à inflação estão entre as opções preferidas dos analistas. Isso ocorre porque eles oferecem flexibilidade em diferentes cenários econômicos.
Se a economia melhorar, a parte prefixada desses títulos permitirá que os investidores lucrem com a venda antecipada.
Em caso de piora, a proteção contra a inflação ajudará a preservar o valor real do investimento. Recomendam-se títulos do Tesouro IPCA+ de curto prazo, com vencimento em até cinco anos.
Títulos Pós-Fixados e a Reserva de Emergência
Para investimentos de curto prazo e para a reserva de emergência, os títulos pós-fixados ainda são uma opção viável, embora sua rentabilidade tenha diminuído automaticamente com a queda da Selic.
Cautela com Títulos Prefixados de Longo Prazo
Os títulos prefixados, quando recomendados, devem ser considerados para o curto prazo. Evita-se investir em títulos de longo prazo devido à incerteza sobre o cenário fiscal de longo prazo do país.
Fundos Imobiliários: Uma Janela de Oportunidade
O mercado de fundos imobiliários (FIIs) pode se beneficiar com a queda na Selic. Os FIIs de papel, que investem em títulos de renda fixa relacionados ao mercado imobiliário, e os FIIs de tijolo, que investem diretamente em propriedades físicas, apresentam oportunidades interessantes.
No entanto, é importante observar como os FIIs respondem aos fatores macroeconômicos, pois eles são influenciados por diversos elementos.
O Mercado de Ações em um Cenário de Queda de Juros
A redução das taxas de juros é geralmente vista como favorável para o mercado de ações.
No entanto, as incertezas nos cenários local e global levam os analistas a adotar uma posição neutra em relação às ações, com foco na seleção individual de ações, conhecido como “stock picking”.
Diversificação nas Ações
Os analistas recomendam diversificação em várias indústrias, mesmo em setores que enfrentam desafios há algum tempo, como o varejo.
A seleção de ações deve ser orientada pelas oportunidades individuais de crescimento das empresas. A lista de ações recomendadas inclui empresas dos setores de varejo, construção, bancos, energia elétrica e locação de veículos.
Fundos de Investimento: Opções de Diversificação
Para investidores que buscam diversificação e gestão profissional, os fundos de investimento podem ser uma escolha adequada.
Os fundos multimercados, que investem em diferentes instrumentos de renda fixa e renda variável, são destacados como uma opção versátil.
Além disso, os fundos de crédito privado e os fundos de renda fixa são mencionados como boas escolhas em um cenário de queda de juros.