O regulador antitruste do Reino Unido está planejando fazer alterações em seu processo de avaliação de fusões, visando melhorar a interação com as partes envolvidas e permitir que soluções sejam propostas mais cedo. Essas mudanças ocorrem após críticas recebidas em relação ao acordo entre a Microsoft e a Activision Blizzard, anunciado recentemente.
Quando o Reino Unido deixou a União Europeia em 2020, a Autoridade da Concorrência e dos Mercados (CMA) tornou-se um dos principais reguladores globais. Essa mudança deu à CMA uma influência significativa sobre megafusões, como a aquisição da Activision, fabricante do popular videogame “Call of Duty”, pela Microsoft por 69 bilhões de dólares.
A agência bloqueou o acordo, deixando as duas empresas norte-americanas extremamente irritadas. No entanto, mais tarde, a agência decidiu abandonar as suas próprias regras para reabrir e aprovar o caso, depois que a Microsoft fez algumas alterações.
A Microsoft e a Activision foram surpreendidas com o bloqueio da CMA, com ambas as empresas afirmando que as objeções levantadas pelo órgão regulador não foram completamente esclarecidas.
“Sarah Cardell, Diretora Executiva da CMA, expressou sua determinação em pôr um fim definitivo às especulações de influência política no resultado final.”
Nesta segunda-feira, ela afirmou que nenhum político, conselheiro político ou funcionário do governo fez qualquer tentativa de influenciar nossa decisão.
Em um comunicado, foi afirmado que a CMA é uma organização que está constantemente ouvindo e aprendendo. Isso se reflete tanto no processo de investigação quanto no desenvolvimento dos seus processos, com o objetivo de garantir que o controle de fusões seja realizado de maneira eficaz.
O presidente do painel da Microsoft, Martin Coleman, destacou o recente comentário do presidente da empresa, Brad Smith, no qual ele reconheceu que a Microsoft deveria assumir parte da responsabilidade pelo processo e deveria ter encontrado uma solução para desbloqueá-lo mais cedo.
De acordo com Coleman, além disso, de acordo com as novas propostas, as partes envolvidas na fusão teriam a chance de fazer suas próprias apresentações após receberem o relatório preliminar completo que detalha o caso contra elas.
“De acordo com ele, a realização de uma audiência proporcionará às partes um tempo maior para apresentarem suas propostas e promover uma abordagem mais discursiva.”
Durante o processo de fusão, as partes envolvidas estarão dispostas a discutir possíveis soluções com o grupo em uma fase inicial, caso queiram.
O Reino Unido avalia as fusões e aquisições em duas etapas para determinar seu impacto na concorrência. Na primeira fase, é analisado se um acordo possivelmente reduzirá a concorrência. Na segunda fase, que é mais longa, são examinadas possíveis soluções, que podem incluir bloquear completamente o acordo ou exigir desinvestimentos.