A medida que 2023 avança, a administração de Luiz Inácio Lula da Silva já delineia as perspectivas econômicas para o próximo ano. O salário mínimo, em particular, emerge como um ponto central de discussão, apontando para um novo modelo de definição.
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Resgatando Estratégias de Valorização Passadas
No centro das promessas eleitorais de Lula estava a intenção de reavivar a estratégia de valorização do salário mínimo, utilizada até o ano de 2019.
Esse compromisso foi evidenciado quando, em 2023, o piso salarial sofreu um ajuste em maio, “passando de R$ 1.302 em janeiro para R$ 1.320”.
Diferentemente, a gestão de Jair Bolsonaro (PL) ancorou o ajuste salarial exclusivamente na inflação anual, impedindo avanços reais no valor.
O foco atual é reviver a metodologia anteriormente aplicada durante os governos petistas e sob a gestão de Michel Temer. Esta estratégia inclui:
- O INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor), representando a inflação oficial dos 12 meses antecedentes;
- Adicionado ao desempenho do PIB (Produto Interno Bruto) dos dois últimos anos.
Se o PIB apresentar números negativos, a estratégia determina que apenas o INPC seja considerado para evitar desvalorizações no salário mínimo de 2024.
É relevante mencionar que “foi aprovado pela comissão mista no Congresso na última terça-feira (8)” uma Medida Provisória consolidando o valor de R$ 1.320 para 2023 e instaurando novas diretrizes para valorização salarial.
Previsões para o Salário Mínimo em 2024: Quais os Próximos Passos?
O governo tem como prazo até 31 de agosto do corrente ano para apresentar ao Congresso Nacional um planejamento orçamentário para 2024, incluindo estimativas para o salário mínimo.
Em suas primeiras estimativas de abril, o governo projetou um piso de “R$ 1.389, calculado a partir de uma inflação de 5,2%”, porém sem integrar a recém-proposta política de valorização.
Com a possível aprovação e posterior sanção do presidente, o piso para 2024 poderá ser estipulado em “R$ 1.421”.
No entanto, é essencial lembrar que esse valor está sujeito a modificações, dependendo do INPC, da performance do PIB e das capacidades de investimento do governo, antes da confirmação final em janeiro de 2024.