O Brasil viu um aumento notável no setor florestal em 2022. O setor alcançou R$ 33,7 bilhões em produção, representando um crescimento de 11,9% em comparação com 2021. Esses números foram apresentados pela PEVS 2022, uma pesquisa realizada pelo reconhecido IBGE.
O Sucesso Contínuo da Silvicultura
O segmento de silvicultura (cultivo e manejo de árvores) dominou a produção florestal, contribuindo com R$ 27,4 bilhões. Isso constituiu 81,5% do valor total. Mais impressionante foi o crescimento anual de 14,9%. Carlos Alfredo Guedes, um dos especialistas do IBGE, mencionou:
“Teve um aumento de procura por papel e celulose, e com isso o valor de produção aumentou bastante, assim como a produção. De 2020 para cá a gente vem com um crescimento bem forte desse setor na economia”.
Análise da Extração Vegetal no Cenário Nacional
Contrastando com a silvicultura, a extração vegetal, que se refere à coleta em florestas nativas, registrou R$ 6,2 bilhões. Isso corresponde a um aumento marginal de 0,2% desde 2021 e compõe 18,5% do total da produção florestal.
A Pervasividade dos Produtos Madeireiros
O foco predominante no cenário florestal foi em produtos madeireiros, responsáveis por um impressionante 96,0% do valor total.
Esta categoria, quando originária de áreas comerciais plantadas, cresceu 15,5% em valor. Por outro lado, a extração vegetal desses produtos viu uma diminuição de 0,8%. O IBGE comentou sobre essa tendência, afirmando:
“Esses resultados ratificam a tendência de crescimento dos produtos madeireiros oriundos da silvicultura e registra-se uma estabilidade nos da extração desde 2021”.
Foco na Madeira em Tora
Em 2022, houve uma diminuição na produção de madeira em tora de florestas nativas, registrando uma queda de 17,4%. Entretanto, o estado do Pará mostrou-se excepcional, com um aumento de produção superior a 20%.
O valor geral de produção da madeira em tora foi de R$ 2,755 bilhões, uma queda de 5,7% em relação a 2021. Este decréscimo sugere um retorno à tendência anterior, onde a silvicultura vinha gradualmente substituindo a extração de madeira. O IBGE analisou:
“Portanto, retornando à tendência dos últimos anos, em que a exploração extrativista de madeira vinha perdendo espaço no País, sendo gradativamente substituída pela originada em florestas cultivadas”.
Panorama dos Principais Produtores de Madeira em Tora
Pará e Mato Grosso foram os principais estados produtores, representando 71,4% do total extraído. No valor, isso significou 83,4% com o Pará gerando R$ 1,530 bilhão e Mato Grosso R$ 766,281 milhões. Colniza (Mato Grosso), Prainha (Pará) e Aripuanã (Mato Grosso) lideraram a extração em nível municipal.
Visão Geral da Produção de Carvão e Lenha
O Pará também brilhou na produção de carvão vegetal, com um aumento de 88,2%. Nacionalmente, a produção de lenha cresceu 3,5%, com o Ceará liderando com um aumento de 4,1%.
Outras Contribuições no Extrativismo
Os produtos não-madeireiros também viram um crescimento de 1,9% em valor, atingindo R$ 2,3 bilhões.
O açaí e a erva-mate foram os produtos de destaque nesta categoria, gerando R$ 830,1 milhões e R$ 648,5 milhões, respectivamente. O IBGE observou a importância dessa categoria, afirmando:
“A atividade extrativista de produtos não-madeireiros exerce grande relevância para os povos e comunidades tradicionais, contribuindo para o emprego da mão de obra e a melhoria da distribuição de renda”.