Introdução ao fenômeno “Nem Nem Nem”
A Geração Z, grupo de jovens nascidos entre 1997 e 2012, está redefinindo padrões sociais. Como um Peter Pan moderno, muitos escolhem evitar a trajetória tradicional rumo à vida adulta. Em vez de buscar qualificações ou ingressar no mercado de trabalho, eles optam por permanecer fora das convenções, conhecidos como “Nem Nem Nem”, expressão que designa aqueles que não estudam nem trabalham.
No mundo todo, a taxa de jovens de 15 a 24 anos que se encaixam nessa categoria cresce assustadoramente. Segundo a Organização Internacional do Trabalho, cerca de 20% desses jovens são classificados como NEETs, termo em inglês. Esse aumento desencadeia discussões e preocupações sobre o futuro econômico e social, pois estudos sugerem que quatro em cada dez jovens da Geração Z estão dispostos a viver com seguro-desemprego, em vez de buscar crescimento profissional.
Países como Espanha e Reino Unido já notam o impacto. Na Espanha, há centenas de milhares de jovens que não estudam nem trabalham. No Reino Unido, milhões de pessoas da mesma geração são consideradas economicamente inativas. O fenômeno é intensificado pela pandemia de covid-19, que proporcionou a inclusão de inúmeros jovens nesse grupo de “sem trabalho”. Assim, eles priorizam o bem-estar em detrimento das exigências de uma carreira muitas vezes inalcançável.
A geração que adia marcos da vida
As metas tradicionais de vida, como adquirir uma casa ou construir uma carreira sólida, parecem distantes para a Geração Z. Pesquisas indicam que jovens nos seus 20 anos enfrentam rendas menores e dívidas maiores que as gerações anteriores. A realidade inflacionária força muitos a focarem em necessidades básicas, tornando o sonho da casa própria algo quase impossível.
Comparados aos seus predecessores, os Millennials, a Geração Z se vê em uma conjuntura econômica desfavorável. A diferença entre o custo de vida e a renda impulsiona a sensação de que economizar ou investir no próprio futuro é inútil. Como muitos observam, a incerteza sobre o amanhã os leva a valorizar o presente, focando mais no agora do que em planos a longo prazo.
O conceito de subir na carreira a qualquer custo foi trocado por um desejo de bem-estar. Mentalidades como “trabalhe duro e divirta-se mais” não ecoam com a mesma intensidade na Geração Z. Proteger a saúde mental e desfrutar das pequenas alegrias tornou-se mais crucial do que conquistar bens materiais que, talvez, nunca consigam alcançar.
Características do fenômeno “Nem Nem Nem”
- Jovens evitam trilhas convencionais de educação e emprego.
- Preferem menor pressão por produtividade e maior valorização do bem-estar.
- Mundo digital oferece novas formas de entretenimento e socialização.
- Excesso de informação e incertezas econômicas alimentam esse comportamento.
Benefícios e consequências
Ao rejeitarem os padrões sociais típicos, jovens “Nem Nem Nem” buscam alternativas para as pressões tradicionalmente associadas à vida adulta. Também questionam estruturas antigas e estimulam discussões fundamentais sobre saúde mental e qualidade de vida. Contudo, essa escolha traz consequências econômicas tanto a nível pessoal quanto societal.
Por um lado, esses jovens concentram esforços em áreas que outros negligenciam, como hobbies e relações pessoais. Por outro, tornam-se menos propensos a contribuir para o crescimento econômico. A ausência de trabalho formal pode impactar o sistema previdenciário e aumentar a dependência de auxílios governamentais.
A adaptação a novas realidades deve incluir o reconhecimento das mudanças de valores. Entender essas perspectivas pode ajudar na criação de políticas públicas que dialoguem com as aspirações da Geração Z. Eles representam uma força que pode guiar a transformação do mercado de trabalho e da sociedade.
- Nem todos os jovens dessa geração escolhem esse caminho por desejar ficar sem ocupação.
- Necessidades atuais e passadas são reavaliadas com frequência.
- É essencial considerar a saúde mental nas novas políticas de emprego.
- A economia global deve ajustar-se às mudanças estruturais e comportamentais.
Portanto, ao mesmo tempo em que os “Nem Nem Nem” desafiam normas, também abrem discussões urgentes sobre o que significa viver plenamente. Aproximar-se dessas tendências pode oferecer insights valiosos para se adaptar aos novos tempos. Em um contexto de rápidas mudanças, encontrar um equilíbrio será fundamental para garantir a saúde social e econômica das próximas gerações.
