Durante uma investigação conduzida pela Polícia Federal, mensagens trocadas entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e empresários vieram à luz.
Nas comunicações de WhatsApp datadas de junho do ano passado, Bolsonaro instigava a difusão de informações falsas direcionadas ao Supremo Tribunal Federal (STF) e ao processo eleitoral. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, confirmou a descoberta.
A Profundidade da Investigação
A linha central da investigação da PF focava-se em empresários que supostamente planejavam um golpe de Estado, caso a eleição presidencial resultasse na vitória do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre Bolsonaro.
Em meio às mensagens identificadas, Bolsonaro levantou acusações contra ministros do STF, especificamente os três que também fazem parte do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Bolsonaro aludiu a uma possível conivência destes ministros com fraudes eleitorais e questionou a integridade de um instituto de pesquisa que, segundo ele, favorecia Lula.
Seu pedido de divulgação foi enfático: “Repasse ao máximo”. Em resposta, o empresário Meyer Joseph Nigri afirmou: “Já repassei para vários grupos!”.
Decisões do Ministro Alexandre de Moraes
Diante das evidências apresentadas pelas mensagens, Alexandre de Moraes, ministro do STF, autorizou a prorrogação das investigações relativas a Nigri, embora tenha encerrado outras investigações paralelas. Moraes expressou em sua decisão:
“A dilação de prazo solicitada pela Polícia Federal é justificada, uma vez que, em relação ao investigado Meyer Joseph Nigri há necessidade da continuidade das diligências, pois o relatório da Polícia Federal ratificou a existência de vínculo entre ele e o ex-presidente Jair Bolsonaro, inclusive com a finalidade de disseminação de várias notícias falsas e atentatórias à Democracia e ao Estado Democrático de Direito”.
Reações e Defesas
Alberto Toron, advogado encarregado de defender Nigri, refutou categoricamente a associação de seu cliente a movimentos antidemocráticos.
Ele manifestou-se da seguinte forma: “Recebemos com serenidade e respeito a decisão do ministro Alexandre de Moraes, embora já esteja claro que o Sr. Meyer Nigri não tenha participado ou financiado qualquer ato antidemocrático”.
Por sua vez, a equipe jurídica de Bolsonaro não emitiu comentários de imediato sobre a questão.
Foi em agosto do ano passado que a PF lançou a operação, atendendo à determinação de Moraes, focada em empresários suspeitos de planejar um golpe de Estado. A existência desse grupo foi inicialmente exposta em uma matéria jornalística do portal Metrópoles.