O panorama do mercado energético brasileiro pode estar prestes a mudar. A Petrobras, líder no setor de petróleo, não quer ficar atrás quando se trata de energia renovável.
O presidente da companhia, Jean Paul Prates, demonstrou entusiasmo e resolução sobre o novo rumo da empresa: “A Petrobras ‘chegou chegando’ no setor eólico. A gigante do petróleo brasileiro também deve ser gigante na transição energética,” afirma.
Ambições e Investimentos no Offshore
A energia eólica em alto-mar, conhecida como “offshore”, ainda aguarda regulamentação no Brasil, mas isso não impede a Petrobras de já traçar seus objetivos.
Em um acordo inovador, a estatal se compromete a investir R$ 130 milhões na WEG (WEGE3), com o objetivo de impulsionar a produção de aerogeradores, equipamentos cruciais para a geração de energia eólica.
Benefícios da Parceria e Projecções Futuras
Esta aliança entre Petrobras e WEG não é unilateral. Enquanto a WEG busca aprimorar sua fabricação e ganhar mais experiência, a Petrobras garante prioridade na compra dos equipamentos e royalties sobre as vendas.
A estatal também revelou planos ambiciosos: já foram protocolados 10 pedidos de exploração de energia eólica marítima, espalhados por regiões do Brasil.
Desafios Econômicos e a Esperança de Viabilidade
Embora os planos sejam grandiosos, existem incertezas quanto à rentabilidade dos projetos eólicos. O preço atual da energia oscila entre R$ 70 a R$ 100 por quilowatt hora, tornando o investimento em eólicas menos atraente.
Mas Prates é otimista: “Temos que ser impulsionadores, mas sem fazer caridades. A Petrobras não fará maluquices [nos projetos offshore].”
Reações do Mercado e a Comparação com o Pré-Sal
A trajetória da Petrobras no setor eólico é reminiscente do pré-sal. Mesmo com desconfianças iniciais, a empresa provou sua capacidade de superar desafios e ser lucrativa.
No entanto, ao contrário da euforia gerada pela descoberta do pré-sal em 2007, o mercado foi mais cauteloso sobre o chamado “pré-sal eólico”.
O Futuro do Hidrogênio Verde
Diversificando ainda mais sua visão, a Petrobras vê grande potencial no hidrogênio verde. Maurício Tolmasquim, diretor de transição energética, destaca que estudos sugerem que o Brasil poderá oferecer o hidrogênio verde mais barato do mundo até 2030.
Rentabilidade e Visão Estratégica
A abordagem da Petrobras não é impulsiva. A empresa enfatiza a importância de projetos que garantam um valor presente líquido positivo. “Não vamos investir se não for rentável, mas nossa obrigação é estudar”, reitera Tolmasquim.
Custo dos Equipamentos e Mercado Atual
Com a saída de gigantes como GE e Siemens do Brasil, o custo dos equipamentos se tornou uma preocupação primordial. No entanto, a situação mostra sinais de estabilização.
João Paulo Gualberto da Silva, da WEG, confirma: “A situação já se normalizou, os preços dos aerogeradores subiram e as commodities [aço e alumínio, em especial] estão se estabilizando.”
Esta nova direção da Petrobras demonstra uma visão inovadora, abraçando as energias renováveis e mantendo-se à frente nas tendências globais de energia.