A Petrobras está a ponto de atingir um novo marco com sua plataforma de exploração de petróleo P-71. Ela se aproxima de sua capacidade máxima de produção: um impressionante número de 150 mil barris por dia, que traduz-se em 104 unidades a cada minuto.
Com a expectativa de alcançar esse marco em outubro, a comemoração será ainda mais significativa, pois a empresa celebra seus 70 anos.
A localização estratégica da P-71 é no Campo de Itapu, inserido no pré-sal da Bacia de Santos, a uma distância considerável de 200 quilômetros da costa do Rio de Janeiro.
Características Técnicas da P-71
A plataforma é classificada como FPSO, que é uma sigla para sistema flutuante de produção, armazenamento e transferência. Esta megaestrutura tem o potencial para processar até 6 milhões de metros cúbicos de gás.
Além disso, possui um armazenamento impressionante que pode acomodar até 1,6 milhão de barris de óleo. Uma equipe da Agência Brasil teve a oportunidade única de visitar a plataforma a convite da Petrobras.
O Panorama da Produção no Pré-sal
Mesmo estando próxima de bater um recorde de produção, a P-71 não é a plataforma com maior capacidade de processamento de petróleo.
O título pertence ao FPSO Guanabara, localizado no Campo de Mero, que já atingiu uma produção de 180 mil barris por dia.
O desafiador processo de exploração no pré-sal envolve poços perfurados a profundidades de 7 mil metros, sendo 2 mil metros abaixo da superfície do mar e os 5 mil metros restantes em escavações terrestres. O pioneirismo dessa produção remonta a 15 anos atrás, especificamente em setembro de 2008, no Campo de Jubarte.
Desde aquele momento e contando até julho deste ano, um marco impressionante foi alcançado: uma produção acumulada de 5,5 bilhões de barris.
Para contextualizar, a exploração no pós-sal levou um período de 26 anos para chegar a esse mesmo volume. Hoje, o pré-sal é responsável por um maciço 78% da produção da Petrobras.
De todas as plataformas que a empresa opera, 31 estão estrategicamente posicionadas no pré-sal. E a visão da Petrobras para o futuro é expansiva: mais 11 plataformas estão previstas para serem instaladas até 2027.
Benefícios Financeiros para o Brasil
A riqueza extraída do pré-sal não só fortalece a Petrobras, mas também contribui significativamente para a economia brasileira. Nos últimos 15 anos, a estatal desembolsou uma quantia avassaladora de US$ 126 bilhões, que em reais é quase R$ 618 bilhões. Esse valor foi pago em royalties, participações especiais e direitos de exploração.
A Jornada da P-71 Até Agora
Iniciando suas operações em dezembro de 2022, a P-71 já está quase atingindo 142 mil barris diários, com sua operação ligada a três poços. Atingir a capacidade máxima de 150 mil barris é uma meta para outubro, com a conexão de um quarto poço.
O plano abrangente da Petrobras é conectar um total de sete poços à plataforma, garantindo assim que a capacidade máxima de produção seja mantida pelo máximo de tempo possível.
A P-71, juntamente com o Campo de Itapu, é notável não só pela quantidade de petróleo produzido, mas também pela sua qualidade superior. Além disso, contribui positivamente para o meio ambiente ao emitir menos gases de efeito estufa.
“O reservatório de Itapu tem um óleo que tem poucos contaminantes, ou seja, baixo teor de dióxido de carbono (CO²) e sulfeto de hidrogênio (H²S). A retração dessas emissões ajuda na redução do efeito estufa”, compartilha o gerente da plataforma, Antonio Jorge Farias Sabá.
Valorização da Segurança e dos Funcionários
A complexidade da operação exige uma ênfase rigorosa na segurança. “O patrimônio mais importante da Petrobras são as pessoas. A empresa valoriza muito a segurança.
Obviamente, nosso objetivo é produzir petróleo, mas sem jamais desalienar o valor segurança para as pessoas, meio ambiente e instalações”, afirma o gerente.
Vida e Trabalho na Plataforma
A P-71 opera com um contingente de 166 pessoas a bordo. Estes profissionais trabalham em turnos intensivos de 14 dias, seguidos de períodos de descanso.
O ambiente de trabalho na plataforma é uma representação diversificada da sociedade brasileira, abrigando pessoas de diferentes religiões, idades e orientações sexuais.
“Trabalhando aqui, aprende-se a conviver e respeitar a diversidade. Isso nos torna seres humanos melhores”, observa o coordenador de Produção, Wilson Trindade dos Santos.
Desafiando Normas de Gênero na Indústria do Petróleo
Embora a força de trabalho na P-71 seja predominantemente masculina, algumas mulheres estão fazendo história na plataforma. Josy Araújo, técnica de operações, é uma das funcionárias que desafia as normas de gênero.
Ela vê sua presença como uma inspiração para outras mulheres na indústria. “É inspirador para as mulheres entenderem que lugar de mulher é onde ela quiser”, afirma.