A área ocupada pelo garimpo ilegal na Terra Indígena Yanomami (TIY) registrou uma redução expressiva de 78,51%, conforme divulgado pela assessoria de comunicação do Ministério da Defesa.
Essa significativa diminuição é atribuída à força-tarefa implementada pelo governo federal após a crise humanitária enfrentada pelos indígenas na região.
Dados da Diminuição
De acordo com informações do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), órgão vinculado ao Ministério da Defesa, a área ocupada por garimpeiros nos primeiros nove meses de 2023 totaliza 214 hectares. No mesmo período do ano anterior, essa área alcançava a marca de 999 hectares.
A Defesa enfatiza que a redução de quase 80% na área afetada demonstra que a presença dos garimpeiros é, atualmente, residual, restringindo-se a pequenas áreas na região.
Nos últimos cinco meses, a média de variação observada foi de apenas 4 hectares. As concentrações iniciais de garimpeiros na região foram desmanteladas.
Impacto nos Recursos Hídricos
Além da redução no tamanho das áreas ocupadas, a atuação da força-tarefa, que envolve diversos órgãos do governo federal, também teve impactos significativos nos recursos hídricos da região.
Segundo o Ministério da Defesa, os rios Uraricoera e Mucajaí recuperaram suas cores naturais devido à ausência de mercúrio, um metal utilizado pelos garimpeiros que estava tornando as águas dos rios amareladas.
Resultados das Operações
Desde o início da operação de desintrusão da área ocupada pelos garimpeiros, diversas ações coordenadas com órgãos de segurança pública resultaram na detenção de 146 garimpeiros.
Além disso, foram apreendidas 40 toneladas de cassiterita, 1.675 gramas de ouro e 808 equipamentos utilizados nas atividades ilegais.
Contexto da Operação e Crise Humanitária
A operação de desintrusão da área da Terra Indígena Yanomami foi iniciada no início deste ano, em resposta a uma crise humanitária que afetou os indígenas da região.
O governo federal, sob a gestão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, declarou estado de emergência de saúde para os yanomami e implementou uma força-tarefa que envolveu militares, policiais, órgãos de proteção ambiental e povos indígenas com o objetivo de remover os invasores.
Histórico do Conflito com Garimpeiros
A reserva indígena Yanomami, a maior do Brasil, enfrenta há muito tempo problemas relacionados ao garimpo ilegal em sua área.
Quando a reserva foi oficialmente demarcada e reconhecida pelo governo em 1992, no estado de Roraima, uma operação foi realizada para expulsar milhares de garimpeiros que ocupavam a região ilegalmente.
No entanto, sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro, que defendia a exploração mineral em terras indígenas, a região voltou a ser invadida por um grande número de garimpeiros e madeireiros ilegais.
Durante esse período, houve uma negligência significativa por parte do governo em relação às invasões de reservas indígenas, causando grande preocupação e conflito com as comunidades indígenas, como os Yanomami.