O tenente-coronel Mauro Cid, que já ocupou o cargo de ajudante de ordens da Presidência da República, fez revelações surpreendentes durante um de seus depoimentos no âmbito de um acordo de delação premiada com a Polícia Federal.
As informações, que ainda estão sob sigilo, teriam o potencial de causar grande desgaste na imagem do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Segundo Cid, após sua derrota nas eleições do ano passado, Bolsonaro teria recebido uma minuta de decreto das mãos de seu assessor, Filipe Martins. Esse decreto visava convocar novas eleições e incluiria medidas para a prisão de seus adversários políticos.
Os Detalhes da Revelação
As informações sobre a delação de Mauro Cid foram inicialmente divulgadas pelo site UOL e pelo jornal O Globo.
É importante mencionar que o conteúdo completo do acordo de colaboração premiada ainda é mantido em sigilo pelas autoridades responsáveis pela investigação. No entanto, o que já veio à tona é considerado altamente sensacional e controverso.
De acordo com Cid, o então presidente Jair Bolsonaro teria discutido o conteúdo do documento com militares de alta patente.
O depoente alega que o almirante Almir Garnier, então comandante da Marinha, teria apoiado o plano para convocar novas eleições, que incluía medidas drásticas como a prisão de opositores políticos. No entanto, o Alto Comando das Forças Armadas, especialmente o Exército, não teria aderido à iniciativa.
O UOL relata que Mauro Cid afirmou ter testemunhado tanto a entrega do documento a Bolsonaro quanto uma reunião entre o presidente e os militares para discutir o assunto.
Os detalhes inéditos mencionados por Cid teriam despertado o interesse da Polícia Federal, que então decidiu prosseguir com o acordo de delação, apesar da oposição do Ministério Público Federal.
Em relação à entrega da minuta do decreto, o UOL revelou que Filipe Martins, assessor de Bolsonaro, não teria sido a única pessoa presente no encontro.
Também teriam participado um advogado especializado em questões constitucionais e um padre, cujas identidades não foram fornecidas pelo depoente.
O Documento e as Eleições de 2022
A suposta minuta do decreto que previa novas eleições e a prisão de opositores políticos teria sido entregue nas mãos de Bolsonaro. No entanto, o presidente não teria feito nenhum comentário público sobre o plano.
É importante ressaltar que, se essa tentativa de intervenção militar tivesse sido efetivada e bem-sucedida, o resultado das eleições de 2022, que deram a vitória a Luiz Inácio Lula da Silva, não teria sido respeitado.
Detalhes Adicionais
Nenhuma das reportagens divulgou o grau de detalhamento das alegações feitas por Mauro Cid durante seu depoimento. Também não está claro se o depoente forneceu evidências concretas para apoiar suas afirmações.