Na próxima sexta-feira (19), o governo de São Paulo realizará o leilão que selará a privatização da Empresa Metropolitana de Águas e Energia (Emae). Os valores propostos pelas empresas interessadas serão revelados na sede da B3 (B3SA3), na capital paulista.
O leilão será conduzido na modalidade de lote único, abrangendo 14,7 milhões de ações, das quais 14,4 milhões pertencem ao governo e 350 mil à Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô). Para vencer, o lance mínimo deve superar os R$ 776,89 milhões, considerando que cada ação está avaliada em R$ 52,85.
Conforme as regras estabelecidas, durante a sessão poderá ocorrer um lance em viva-voz caso haja proposta até 20% abaixo da melhor oferta. Além disso, os interessados devem apresentar garantias financeiras correspondentes a 1% do valor total estipulado para a venda das ações.
Leilão de energia
A Emae é responsável pela gestão de um sistema hidráulico e de geração de energia elétrica localizado na Região Metropolitana de São Paulo, Baixada Santista e Médio Tietê. Segundo informações divulgadas pela gestão estadual, a empresa conta com 361 funcionários, número sujeito a alterações devido a um programa de desligamento incentivado.
Quanto à Sabesp, ela se junta às empresas selecionadas para o processo de privatização no estado de São Paulo. O leilão da companhia está agendado para a mesma semana em que a Câmara Municipal de São Paulo realiza audiências para discutir a venda da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo. A primeira dessas audiências ocorreu ontem (15), e a próxima está marcada para amanhã (17), quando também está prevista uma manifestação em frente à Câmara.
O debate em torno da Sabesp envolve a continuidade ou não da empresa como responsável pelo abastecimento de água e pelo serviço de esgoto na capital. O Projeto de Lei (PL) nº 163/2024, que propôs a privatização da empresa pública, foi aprovado na Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo no início de dezembro de 2023 e sancionado pelo governador Tarcísio de Freitas.
Sabesp
A Sabesp atende a 27 milhões de pessoas no estado, aproximadamente 70% da população urbana, distribuídas em 375 municípios, o que corresponde a 58% do total de cidades paulistas. Esses números têm sido mencionados por movimentos sociais contrários à privatização, argumentando que o acesso ao saneamento básico é um direito fundamental garantido pela Constituição Federal e que a privatização tende a piorar e encarecer os serviços oferecidos à população.
No início do ano passado, o governador Tarcísio de Freitas afirmou que a privatização da Emae e da Sabesp não resultaria em aumento nos preços dos serviços prestados. Ele ressaltou que o objetivo é atrair investimentos e acelerar as metas de universalização dos serviços de água e esgoto estabelecidas para 2033.
(Com Agência Brasil)