Recentemente, o Estado norte-americano do Kansas ingressou com uma ação judicial contra a Pfizer, acusando a empresa de esconder potenciais riscos da vacina contra a covid-19 e de fazer declarações falsas sobre sua eficácia, o que estaria em desacordo com a Lei de Proteção ao Consumidor do Estado.
A ação, aberta na segunda-feira (17 de junho de 2024), alega que a Pfizer teria ocultado possíveis efeitos colaterais, como complicações na gravidez, incluindo abortos espontâneos, e inflamação no coração (miocardite e pericardite).
O procurador-geral do Kansas, Kris Kobach, afirmou em comunicado que a Pfizer teria feito declarações enganosas para o público no momento em que a população necessitava de informações verdadeiras sobre a vacina.
Em resposta, a empresa sediada em Nova York defendeu a precisão e base científica das informações fornecidas sobre a vacina contra a covid-19 e declarou que o processo movido contra ela não tem mérito.
A vacina da Pfizer começou a ser administrada em janeiro de 2021 e, em junho do mesmo ano, a FDA (Food and Drug Administration, a agência reguladora de saúde dos EUA) incluiu um aviso sobre os riscos de miocardite e pericardite no rótulo do produto. No entanto, esses efeitos adversos são considerados raros e mais comuns em adolescentes e jovens do sexo masculino.
Estudos realizados em 2023 demonstraram que a vacina não está associada a abortos espontâneos, contradizendo a alegação inicial apresentada pela ação judicial.
Não é a primeira vez que a Pfizer enfrenta processos desse tipo, visto que o procurador-geral do Texas, Ken Paxton, abriu um processo semelhante no ano anterior, ainda em andamento. De acordo com Kobach, outros Estados dos EUA estão investigando os potenciais efeitos adversos da vacina da Pfizer e planejam entrar com processos judiciais semelhantes.
Essa controvérsia ressalta a importância da transparência e honestidade na divulgação de informações sobre vacinas, visando sempre a proteção e segurança da população diante da pandemia da covid-19.