Os contratos com vencimento de 2027 a 2030 estavam sendo negociados a 13%, enquanto a moeda norte-americana se aproximava da máxima durante o governo Lula.
Com a divulgação da prévia da inflação e a atenção dos investidores voltada para este índice, os juros futuros apresentaram alta nesta quinta-feira (24 de outubro de 2024) e foram negociados acima de 13% nos contratos com vencimentos entre 2027 e 2030.
Por outro lado, o dólar comercial atingiu a marca de R$ 5,72, aproximando-se da máxima atingida durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que foi de R$ 5,74 em 5 de agosto de 2024.
Analisando a prévia da inflação, o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15) apresentou uma aceleração em outubro, atingindo a marca de 0,54%.
Este valor ficou acima do esperado pelos agentes financeiros, resultando em uma taxa acumulada em 12 meses que subiu de 4,12% para 4,47%. Vale ressaltar que a meta de inflação é de 3%, podendo chegar até 4,5%, limite permitido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).
O Banco Central (BC) elevou a taxa básica de juros, conhecida como Selic, de 10,5% para 10,75% ao ano com o objetivo de controlar a inflação e as expectativas futuras.
Além disso, o BC sinalizou que aumentará gradualmente a taxa de juros, porém não especificou o ritmo e o período de ajuste. Com o aumento da prévia da inflação, os investidores avaliam que a elevação da Selic pode ser mais intensa do que o inicialmente previsto.
A Selic funciona como um norteador para os juros no Brasil, sendo uma taxa de curtíssimo prazo. Já os juros futuros são definidos por meio de contratos entre partes, estipulando a taxa de juros esperada para a data de vencimento.
Conhecidos como contratos DI (Depósito Interfinanceiro), esses contratos são uma forma de os investidores se protegerem contra a alta das taxas. Quanto maior a incerteza em relação ao futuro, maiores serão os juros cobrados.
Em relação à prévia da inflação, a estrategista de alocação da InvestSmart XP, Mônica Araújo, afirmou que o dado divulgado nesta quinta-feira “reforça a necessidade de aumento rápido da taxa Selic” e indica que o Banco Central deve elevar os juros em 0,5 ponto percentual na próxima reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), prevista para os dias 5 e 6 de novembro.
Por sua vez, Claudia Moreno, economista do C6 Bank, mencionou que o resultado ficou acima da projeção feita pelos agentes econômicos, que era de 0,51%.
“Os dados do IPCA-15 de hoje reforçam nossa visão de que o Copom precisará continuar com o ciclo de aumento da Selic nas próximas decisões, com ajustes de 0,5 ponto percentual nas reuniões de novembro e dezembro. Estimamos que a Selic termine em 11,75% no final de 2024 e em 10% no final de 2025”, disse ela.
No horário das 10h33, o dólar apresentava uma alta de 0,43%, sendo cotado a R$ 5,72.