O cenário do Ibovespa continua impactado pela semana anterior, que foi marcada por incertezas fiscais internas, enquanto dados econômicos da China abaixo do esperado resultaram na queda do minério de ferro, pressionando as ações da Vale (VALE3), que agora estão em baixa de 0,89%.
O Ibovespa registra uma queda de 0,69%, atingindo 118.871,99 pontos. O volume financeiro totaliza R$ 2,1 bilhões. Esta tendência de baixa no índice segue a trajetória descendente observada na última sexta-feira (14), quando teve sua quarta queda semanal e uma desvalorização de mais de 10% no ano.
“A confiança do investidor está diminuindo e está ocorrendo de forma muito rápida”, comentou o analista Renato Nobile, da Buena Vista Capital. Hoje, o Boletim Focus indicou uma elevação nas projeções do mercado para a inflação e o dólar, ao mesmo tempo em que passou a prever a estabilidade da taxa básica Selic em 10,50% até o final do ano.
Segundo o analista Sidney Lima, da Ouro Preto Investimentos, as novas perspectivas são motivo de preocupação. “Há um mês, a previsão para a Selic em 2024 era de 10%”, destacou.
“(Depois) subiu para 10,25%… e da semana passada para esta, passou de 10,25% para 10,50%. Isso é bastante preocupante”. O Comitê de Política Monetária (Copom) se reúne esta semana para decidir sobre a taxa de juros e agora há a percepção de que irá interromper o ciclo de redução da taxa.
“Uma coisa é certa, todos estão de olho no Galípolo”, acrescentou Lima, em referência ao diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo.
“Teremos unanimidade na decisão do BC?”. Os agentes financeiros também devem acompanhar de perto o debate no Congresso sobre as medidas para compensar a desoneração da folha de pagamentos, após a devolução parcial da MP do PIS/Cofins, e aguardar novas declarações de autoridades sobre cortes de gastos.
Em Nova York, os índices abriram sem uma direção clara, com os investidores aguardando novos dados econômicos e declarações dos dirigentes do Federal Reserve ao longo da semana, buscando mais clareza sobre a trajetória da política monetária dos Estados Unidos. (Reuters)