O Índice de Confiança do Consumidor (ICC) IBRE apresentou uma pequena elevação de 0,2 ponto, atingindo a marca de 97,0 pontos, o que representa um ritmo de crescimento mais lento em comparação aos meses anteriores.
Os números foram divulgados pela FGV/Ibre e revelam uma análise detalhada da confiança do consumidor no Brasil neste período.
Crescimento Sustentado
Apesar da desaceleração, a confiança do consumidor continua em trajetória ascendente, mantendo uma tendência de melhora iniciada em maio deste ano.
Um dos destaques é o índice de médias móveis trimestrais, que registrou uma alta de 1,6 ponto, sendo a sexta consecutiva, chegando a 96,2 pontos.
Comentário da Economista Anna Carolina Gouveia
Anna Carolina Gouveia, economista do FGV/Ibre, enfatiza que a confiança dos consumidores continuou melhorando em setembro, embora em um ritmo mais moderado quando comparado aos aumentos substanciais dos meses anteriores.
Essa tendência positiva é influenciada pela calibragem das expectativas para o futuro, ao mesmo tempo em que a percepção sobre a situação atual continua evoluindo de forma positiva.
Análise por Faixas de Renda
A análise por faixas de renda revela um panorama heterogêneo. As faixas de renda mais baixa, com ganhos de até R$ 2,1 mil e entre R$ 2,1 mil e R$ 4,8 mil, experimentaram um aumento na confiança dos consumidores.
Isso foi impulsionado principalmente pela melhoria na percepção sobre a situação econômica atual. Em contrapartida, as faixas de renda mais alta, com ganhos entre R$ 4,8 mil e R$ 9,6 mil e acima de R$ 9,6 mil, tiveram uma queda na confiança.
Expectativas para os Próximos Meses
As expectativas dos consumidores para os próximos meses desempenharam um papel importante na dinâmica da confiança em setembro.
O Índice de Expectativas (IE) recuou 0,9 ponto, atingindo 106,7 pontos, após um aumento notável de 10 pontos entre maio e agosto.
Percepção da Situação Atual
Por outro lado, a percepção sobre a situação atual teve um aumento significativo. O Índice de Situação Atual (ISA) subiu 1,8 ponto, atingindo 83,2 pontos.
Esse é o maior nível registrado desde dezembro de 2014, quando alcançou 86,7 pontos. Esse indicador reflete a satisfação dos consumidores em relação à situação econômica local.
Avaliação das Finanças Familiares
A avaliação das finanças familiares também apresentou uma variação positiva, com um aumento de 2,3 pontos, chegando a 74,6 pontos.
Esse é o melhor resultado desde o período pré-pandemia, registrado em fevereiro de 2020, quando alcançou 76,6 pontos.
Ímpeto de Compras de Bens Duráveis
O ímpeto de compras de bens duráveis manteve-se relativamente estável, com um aumento de 0,9 ponto, atingindo 99,5 pontos.
Esse indicador acumula um aumento de quase 20 pontos desde junho, o que demonstra um interesse constante dos consumidores nesse tipo de compra.
Expectativas para a Situação Econômica Local
As expectativas em relação à situação econômica local tiveram um aumento de 1,5 ponto, chegando a 117,2 pontos, após uma queda em agosto. Isso indica que os consumidores continuam otimistas em relação ao cenário econômico local.
Perspectivas para as Finanças Familiares
No entanto, as perspectivas para as finanças familiares tiveram um recuo de 5,2 pontos em setembro, chegando a 102,4 pontos. Isso representa uma reversão parcial do aumento observado nos dois últimos meses.
Tendência Futura da Confiança do Consumidor
Anna Carolina Gouveia observa que, com base na tendência atual, a confiança do consumidor pode voltar ao nível de neutralidade dos 100 pontos nos próximos meses.
Isso dependerá da evolução da economia e de fatores como as taxas de juros, o nível de endividamento e a inadimplência.