O crescimento econômico da zona do euro continuará fraco nos próximos tempos, devido ao enfraquecimento dos setores de serviços e do mercado de trabalho. No entanto, as nações do bloco não devem liberar os bancos de reservas discricionárias como forma de aliviar os problemas, afirmou o vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos.
Diversos grandes países da zona do euro estão adotando uma medida conhecida como “buffers” contracíclicos, que visa garantir que os credores mantenham reservas de capital mais altas durante períodos de melhor desempenho econômico. Esses fundos podem ser liberados posteriormente quando o ciclo econômico sofrer uma mudança.
“As autoridades responsáveis pela macroprudência devem assegurar a preservação dos buffers de capital que podem ser liberados, a fim de garantir que eles estejam disponíveis caso as condições do setor bancário se deteriorem”, afirmou de Guindos em um discurso realizado hoje.
A Alemanha e a França introduziram recentemente esses mecanismos em seus respectivos países, e a França está planejando ampliá-los a partir do início do próximo ano. Além disso, a Holanda anunciou planos para dobrar essas medidas a partir de maio do próximo ano.
Existe uma preocupação válida em relação à economia da zona do euro, já que ela permaneceu estagnada ao longo deste ano. Se houver uma recuperação no próximo ano, acredita-se que ela será apenas superficial, mantendo o crescimento abaixo de 1%.
“A fraqueza na atividade industrial está se expandindo para os setores de serviços”, afirmou de Guindos. “É provável que a economia da zona do euro continue fraca no curto prazo.”
Até mesmo o mercado de trabalho, que era considerado um pilar sólido da economia do bloco, começou a evidenciar sinais de deterioração, conforme afirmou de Guindos.
A situação de dificuldade econômica surgiu quando o Banco Central Europeu (BCE) decidiu aumentar as taxas de juros repetidamente, em um total de dez vezes, a fim de diminuir a demanda dos consumidores e retornar a inflação aos 2% estipulados como meta.