O dólar estava em leve queda em relação ao real nesta segunda-feira, devido ao baixo volume de negociações em função de um feriado nos principais centros financeiros do país. Além disso, o clima no exterior era desfavorável ao dólar devido às expectativas de cortes de juros pelo Federal Reserve.
O dólar apresentou uma queda de 0,14% em relação ao real, sendo negociado a 4,8987 reais. No mercado futuro, o contrato de dólar com vencimento próximo caiu 0,23%, e estava cotado a 4,9030 reais às 9:54 (horário de Brasília) na B3.

Os participantes do mercado estavam prevendo que a sessão poderia ser volátil devido à liquidez reduzida causada pelo feriado do Dia da Consciência Negra, que ocorreu em seis estados brasileiros, incluindo São Paulo e Rio de Janeiro.
Enquanto isso, os operadores estavam acompanhando atentamente a fraqueza do dólar americano no cenário internacional. O índice do dólar em relação às principais moedas estava em queda de 0,33%, seguindo a tendência recente de queda que foi acompanhada pelo enfraquecimento dos rendimentos dos títulos do governo dos EUA, conhecidos como Treasuries.
Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury, afirmou que a queda das taxas nos Estados Unidos e a fuga dos portos seguros para ativos de risco tiveram um impacto significativo no dólar. Os mercados não veem mais possibilidades de aumentos nas taxas de juros pelo Fed e agora esperam que o primeiro corte ocorra em maio de 2024.
Os mercados financeiros não consideraram mais provável que o Fed aumente as taxas de juros, devido a uma série de indicadores econômicos dos EUA que foram mais fracos do que o esperado na semana passada. Especificamente, a leitura da inflação ficou abaixo das estimativas, o que contribuiu para essa mudança de percepção.
De forma geral, quando os custos dos empréstimos nos Estados Unidos aumentam, o dólar tende a se fortalecer em escala global. Isso se deve ao fato de que os investidores passam a demonstrar um maior interesse no mercado de renda fixa norte-americano, considerado o mais seguro do mundo. Por outro lado, se os juros nos Estados Unidos diminuem, isso beneficia moedas de países que oferecem retornos mais elevados, como o Brasil.
Enquanto isso, no cenário nacional, a discussão sobre a meta fiscal de 2024 continua causando turbulência no mercado cambial, embora acreditemos que algumas críticas já tenham sido em parte absorvidas”, afirmou Moutinho, referindo-se às críticas feitas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à meta estabelecida por sua equipe econômica de eliminar o déficit primário no próximo ano.
Uma discussão surgiu no governo e entre parlamentares sobre a possibilidade de flexibilizar a meta de déficit fiscal, mencionando metas de déficit de 0,25% ou 0,50% do Produto Interno Bruto (PIB) para o próximo ano. No entanto, nos últimos dias, autoridades do governo declararam que a meta de déficit zero em 2024 não será alterada, destacando a importância da aprovação de medidas que aumentem a arrecadação.
“De acordo com Moutinho, há a possibilidade do real continuar apresentando um bom desempenho, já que o ambiente externo sugere um cenário mais favorável para eventos de risco nos próximos dias.”
O dólar à vista encerrou o último pregão com um valor de venda de 4,9056 reais, registrando uma alta de 0,72%.