A televisão brasileira, que completa 74 anos este ano, está prestes a entrar em uma nova fase. Desde a sua estreia em 1950 com a TV Tupi, a TV aberta vem se reinventando, passando da TV analógica para a TV digital aberta e, agora, da TV conectada à TV 3.0, também conhecida como TV interativa.
“Nós temos defendido isso justamente para entender a necessidade para que o setor de radiodifusão implemente essa nova geração da televisão aberta brasileira de forma mais rápida para a população. Isso carece de muito investimento e sabemos que o setor de radiodifusão foi extremamente atingido recentemente com a chegada das mídias digitais, das mídias sociais, que pegou um bolo significativo das receitas do setor”, declarou o ministro das Comunicações do governo, Juscelino Filho, nesta quarta-feira (2) na sede do ministério, em Brasília.
A fala aconteceu em um evento com a presença do presidente do Fórum do Sistema Brasileiro de TV Digital Terrestre (SBTVD), Raymundo Barros, e de representantes de diversas entidades e empresas do setor.
O governo Lula está considerando a implementação de linhas de crédito para incentivar as emissoras a investir na nova tecnologia de transmissão, conhecida como TV 3.0. A iniciativa visa oferecer melhor qualidade de imagem e som, além de recursos interativos e personalização da experiência do usuário. A migração para a nova tecnologia, no entanto, exige investimentos consideráveis por parte das emissoras.
As emissoras enfrentam um cenário desafiador de queda de receita devido à concorrência com plataformas de streaming e as redes sociais. As linhas de crédito surgem como uma alternativa para viabilizar a migração. “Nós temos buscado dialogar, temos reuniões marcadas com bancos de fomento do governo, para que possamos estudar essa possibilidade”, ressaltou o ministro.
O que é a TV 3.0?
A tecnologia é considerada a nova geração da televisão digital brasileira, que traz diversas melhorias para a experiência do telespectador, como:
- Maior interatividade: Possibilidade de usar aplicativos para canais de TV aberta, com conteúdo sob demanda e personalização da programação.
- Melhor qualidade de imagem e som: Imagens em 4K e som imersivo, proporcionando uma experiência mais realista.Vale ressaltar que, embora algumas funcionalidades da TV 3.0 sejam aprimoradas com o uso da internet, a conexão não é um pré-requisito para receber o sinal.
- Créditos: Unsplash.
Quando será implementada?
A implementação da TV 3.0 está prevista para começar em 2025. O governo pretende definir a tecnologia a ser utilizada até o final de 2024, no dia 31 de dezembro, segundo a meta do Ministério das Comunicações. Prevê-se que, no começo de 2025, o presidente Lula sancione um decreto determinando a tecnologia a ser adotada – baseado na recomendação do ministério – e o plano de implementação para que as emissoras possam se ajustar às novas exigências.
“Na sequência, toda a cadeia industrial do setor vai se adaptando e produzindo os equipamentos necessários, que vão de transmissores, conversores, novos televisores”, afirmou Juscelino.
Aparelhos de TV serão compatíveis com a TV 3.0?
Atualmente, não há modelos de TV no mercado brasileiro que receberão o sinal da TV 3.0 diretamente. Na fase inicial da implementação, será necessário usar conversores para adaptar TVs antigas ao novo sinal.
Como será a implementação?
A implementação será dividida em duas fases:
Fase 1: Uso de conversores para adaptar TVs antigas ao novo sinal.
Fase 2: Fabricação de novas TVs com receptores integrados para a TV 3.0.
Conversores
O governo ainda não definiu se os conversores serão gratuitos para famílias de baixa renda. Há discussões em andamento sobre a possibilidade de distribuição gratuita, semelhante ao que ocorreu na expansão do sinal digital.