Pablo Hernandez de Cos, membro do Banco Central Europeu, afirmou hoje que é “prematuro” discutir sobre a possibilidade de redução das taxas de juros ou fazer qualquer tipo de previsão em relação à política monetária.
O BCE decidiu interromper uma série de 10 aumentos seguidos dos juros em outubro, escolhendo não realizar mudanças nas taxas em sua reunião mais recente.
Desde julho de 2022, o banco aumentou as taxas em um total de 4,5 pontos percentuais, alcançando uma taxa de depósito recorde de 4%. Essa medida foi adotada como forma de conter o rápido crescimento dos preços.
De acordo com De Cos, o Banco Central Europeu (BCE) avalia que manter esse nível por um período adequado pode ser o bastante para alcançar a meta de inflação do banco de 2% em um futuro próximo.
De Cos, em um evento financeiro, declarou que é completamente prematuro discutir a possibilidade de redução das taxas de juros.
Enquanto os mercados projetam cortes nas taxas de juros, membros conservadores do conselho do BCE, como Joachim Nagel, presidente do Banco Central Alemão, argumentam que o banco deveria evitar um corte prematuro dos juros. Eles alegam que a inflação permanece elevada e que o impacto sobre o crescimento ainda é relativamente suave.
Os investidores estão atualmente projetando uma redução de 100 pontos-base na taxa de juros para o próximo ano, com o primeiro corte previsto para ocorrer já em abril. Essa projeção representa uma significativa mudança em relação ao corte de outubro, que havia sido previsto pela primeira vez em julho.
De acordo com De Cos, as autoridades do BCE optaram por não emitir elementos de orientação explícita para o futuro, devido à incerteza elevada atual.
“Não vejo isso acontecendo em um futuro próximo ou moderado”, afirmou ele.