Claudia Goldin, ligada à prestigiosa Universidade de Harvard, alcançou novos patamares em sua carreira ao receber o cobiçado Nobel de Economia neste ano, destacando sua dedicação ao estudo da mulher no mercado laboral.
Uma carreira brilhante no estudo econômico das mulheres
Recebendo um dos maiores reconhecimentos em sua área, Goldin continua a estabelecer marcos significativos em sua trajetória. A reconhecida acadêmica já tinha feito história ao se tornar a primeira mulher com o título de professora titular em economia na renomada Harvard. Sua dedicação à economia laboral lhe rendeu prestigiosos prêmios, como o Mincer em 2009 e o IZA em 2016.
Sua atenção voltou-se, nos últimos tempos, para a trajetória das graduadas em busca de realização tanto na carreira quanto na vida pessoal.
Resultado disso foi a produção do livro “Journey Across a Century of Women: The Quest for Career and Family” em 2021, que desvenda 120 anos de evolução feminina. Este livro, rico em análise de dados, torna evidente a questão da desigualdade salarial entre os gêneros.
De aspirante a arqueóloga a uma economista renomada
Originária de Nova York e nascida em 14 de maio de 1946, o desejo inicial de Goldin era mergulhar no mundo da arqueologia. Contudo, “The Microbe Hunters” de Paul de Kruif capturou sua imaginação durante a adolescência, direcionando-a para a bacteriologia.
Embora tenha iniciado seus estudos em microbiologia na Universidade de Cornell, uma reviravolta ocorreu após suas interações com o economista Alfred Kahn.
Mudando sua direção acadêmica, ela mergulhou no mundo da economia e mais tarde, na Universidade de Chicago, teve sua paixão pela economia do trabalho acendida por Gary Becker. Após obter seu doutorado em 1972, Goldin ensinou em diversas universidades até estabelecer-se em Harvard em 1990.
Distinções e liderança ao longo dos anos
Além de seu papel como educadora, Goldin desempenhou funções em publicações acadêmicas de renome. De 1984 a 1988, ela esteve à frente do Journal of Economic History.
Entre 1989 e 2017, supervisionou o Programa de Desenvolvimento da Economia Americana do NBER. Atualmente, ela co-lidera a seção de estudos de gênero dessa respeitada organização.
Em sua trajetória, Goldin recebeu diversos títulos e reconhecimentos de instituições acadêmicas renomadas e fez parte de organizações de destaque no mundo econômico.
A importância do Prêmio Nobel de 2023 e suas descobertas
Goldin, em suas extensas pesquisas, evidenciou que a diferença salarial com base no gênero é uma questão que persiste. Seu trabalho mostra que as causas dessa diferença salarial não são simplesmente educacionais ou posicionais.
O comitê do Nobel destacou que, agora, as disparidades salariais são vistas até mesmo dentro de posições similares, com um agravamento perceptível após o nascimento do primeiro filho.
Este insight emergiu de um estudo aprofundado que envolveu alunos de Administração da Universidade de Chicago, revelando que a lacuna salarial feminina se amplia depois que uma mulher se torna mãe.
Goldin, em sua obra de 2021, discutiu os desafios de conciliar responsabilidades familiares e profissionais, especialmente em carreiras de alta demanda. Para ela, uma distribuição justa de responsabilidades domésticas entre os parceiros é crucial.
“As aspirações e conquistas das mulheres universitárias mudaram muito ao longo do século passado… Mas a estrutura do trabalho e a persistência das normas sociais… limitaram o sucesso das mulheres universitárias na carreira e na família”, pontuou Goldin.
Adicionalmente, ela ressaltou como a flexibilidade laboral pode ser problemática, favorecendo mais aqueles que têm disponibilidade total e colocando mães em uma posição desvantajosa.
Mulheres e a honra do Nobel em Economia
Claudia Goldin entra para um seleto grupo de mulheres laureadas com o Nobel de Economia. Antes dela, Elinor Ostrom fez história em 2009 e Esther Duflo em 2019. Ambas também foram reconhecidas por suas contribuições inovadoras ao campo da economia.