Em recentes declarações, o encarregado de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta do Banco Central, Maurício Moura, sublinhou a postura adotada em relação à taxa básica de juros (Selic), mencionando o compromisso de decrescer 0,50 ponto percentual a cada encontro.
Ele esclareceu os rumores sobre uma suposta declaração do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto:
“O Copom é composto por nove profissionais. Nenhum deles, individualmente, determina o rumo [da Selic]”. Ao ser questionado sobre os rumores, sua resposta foi direta: “só o Copom fala sobre o Copom”. Maurício foi enfático ao mencionar que “a decisão sobre o ritmo de 0,5 ponto foi unânime” e que essa é a “declaração oficial do Copom”.
Decisões Baseadas em Dados
Moura, ao recordar suas decisões na última reunião, salientou que ele se posicionou a favor da redução de 0,50 ponto e que estava alinhado com o consenso de que tal decisão era pertinente. Para ele, qualquer alteração seria baseada na avaliação de um conjunto diversificado de informações apresentadas nas futuras reuniões.
“Não tenho razão para reconsiderar minha posição [sobre o ritmo de redução da Selic]. As resoluções do Copom são eminentemente técnicas”, ele observou, sinalizando que qualquer análise será ponderada durante a reunião do Copom.
Efeitos Globais: O Conflito no Oriente Médio
Quanto às tensões recentes no Oriente Médio, Moura mencionou a possibilidade de influência nos valores do petróleo, o que pode refletir significativamente na inflação associada à energia, além de impactar outros setores. Ele enfatizou o estágio inicial do conflito e as incertezas que cercam suas consequências econômicas.
PIX Continuará Sem Ônus para Indivíduos
Sobre o sistema de pagamentos instantâneos, o Pix, Moura assegurou que não há planos para alterar sua estrutura de taxas, permanecendo completamente isento para usuários individuais.
“A tarifação para empresas sempre foi contemplada, mas o objetivo nunca foi impor taxas ao Pix”, afirmou durante uma transmissão ao vivo, garantindo que o Pix não será transferido para fora do controle do Banco Central.
A Dilema da Rotatividade de Cartão
Moura abordou o dilema associado ao rotativo do cartão de crédito, indicando que o parcelamento sem acréscimo de juros pode desencadear inadimplências. Ele enfatizou a necessidade de “colaboração mútua para descobrir uma solução equilibrada”.
Foco na Selic
Enquanto discutia a política monetária, Moura destacou que o alcance total da redução da Selic ao final do ciclo dependerá de múltiplos elementos, como inflação atual e projeções futuras.
Ele reiterou a importância de reconhecer o propósito central da Selic, indicando que “o Copom continuará a redução enquanto perceber espaço para tal. Não há uma meta estabelecida para a Selic”, concluiu