Neste 23 de agosto, o Escritório da Promotoria Americana, pertencente ao Departamento de Justiça dos EUA, trouxe à tona a detenção de Romero Cabral da Costa Neto, renomado advogado brasileiro de 33 anos, na capital americana.
Acusações de Insider Trading
Costa Neto enfrenta acusações relacionadas a três transações suspeitas de “insider trading”, práticas que supostamente lhe proporcionaram ganhos acima de US$ 52 mil (R$ 254,6 mil). Essas transações, segundo as autoridades, aconteceram sob o olhar atento do FBI, que efetuou sua prisão no dia 22.
Conexão com Escritórios Renomados
Originalmente do Rio de Janeiro e anteriormente associado ao escritório Mattos Filho, Costa Neto estava, desde setembro de 2022, realizando um estágio no prestigiado escritório americano Gibson, Dunn & Crutcher.
Além disso, conforme as informações fornecidas pelo Departamento de Justiça, ele possuía permissão para permanecer nos EUA por um ano.
Em resposta ao ocorrido, o escritório Mattos Filho prontamente esclareceu que, desde sua transição para o escritório americano, Costa Neto não tinha “qualquer atuação, desde então” no Brasil e, diante das alegações, decidiram desligá-lo até que os eventos sejam esclarecidos pela Justiça americana.
Detalhes das Transações
De forma intrigante, sem especificar os nomes das empresas envolvidas, o relatório afirma que Costa Neto, em 9 de maio, investiu US$ 50 mil em ações de uma firma de biotecnologia sediada em Seattle.
No entanto, no dia subsequente, ele se desfez dessas ações, lucrando US$ 92,6 mil. Isso ocorreu logo após o advogado supostamente acessar documentos do escritório, os quais indicavam a compra da empresa por uma entidade biofarmacêutica da Suécia.
O documento afirma categoricamente que “Costa não estava trabalhando com essa transação e não havia razão legítima para acessar e visualizar esses arquivos”.
Em outra ocasião, especificamente em 2 de junho, ele teria comprado e, posteriormente, vendido ações de outra empresa, lucrando míseros US$ 1 mil.
E, por fim, entre 8 e 12 de junho, a terceira transação envolvia a compra e venda de ações de uma empresa que estava prestes a anunciar uma grande fusão no setor petrolífero, rendendo-lhe mais US$ 8,5 mil.
Investigações e Repercussões
Atualmente, o FBI, sediado em Washington, juntamente com o escritório regional da Filadélfia da “Securities and Exchange Comission”, segue investigando o caso.
Vale ressaltar que, nos EUA, crimes de “insider trading” podem resultar em até 20 anos de reclusão, além de outras possíveis penalidades financeiras.