O plantio de soja da safra 2023/24 foi intensificado no Rio Grande do Sul na última semana, favorecido pela diminuição das precipitações e o aumento do número de períodos ensolarados, o que levou a área já semeada para 50% do total projetado, apontou nesta quinta-feira a Emater, em boletim semanal.
Até a semana passada, produtores gaúchos tinham semeado 25% da área prevista. Apesar do salto semanal nos trabalhos, eles seguem atrasados após chuvas excessivas no Estado. No mesmo período do ano passado, o Rio Grande do Sul já havia plantado 70% da área da oleaginosa.
“Há preocupação por parte dos produtores em relação ao atraso, que pode impactar negativamente a produtividade, além de impossibilitar a implementação de um plantio escalonado, que facilitaria os manejos culturais subsequentes”, disse a Emater, empresa de assistência técnica ligada ao governo do Estado.
O Rio Grande do Sul normalmente figura entre os três maiores produtores de soja do Brasil.
Em relação ao aspecto fitossanitário das áreas semeadas com soja, em algumas regiões constataram-se sintomas de doenças de solo, em parte das lavouras semeadas no período anterior, “demandando a necessidade de replantio”. A Emater citou tombamento e morte das plântulas por apodrecimento.
A empresa disse ainda que o “aumento de horas de sol também foi altamente benéfico para as lavouras de milho em todas as fases de desenvolvimento”.
“De maneira geral, houve melhoria no aspecto visual das lavouras e na coloração das plantas, indicando a redução do estresse, provocado pelo excesso de umidade em áreas de relevo plano, disse a Emater, citando que a semeadura do milho atingiu 85% da área prevista para esta safra, evoluindo pouco “em função da priorização da operação na cultura da soja”.
O relatório apontou também que o tempo seco dos últimos dias propiciou avanços na colheita do trigo, a qual se encontra próxima da conclusão, com 98% da área cultivada no Rio Grande do Sul já colhida.
A qualidade dos grãos permanece abaixo do padrão ideal, especialmente nas lavouras estabelecidas durante a segunda metade do período de semeadura, uma vez que as chuvas também geraram problemas para o cereal.
A produtividade média estimada atualmente indica rendimento de 2.164 kg/ha, redução de 28,38% em relação à projeção inicial, que apontava uma safra no Rio Grande do Sul de 2023 estimada em 4,55 milhões de toneladas em 2023.