O Nubank teve um lucro líquido de 303 milhões de dólares no terceiro trimestre deste ano, um grande salto em relação ao lucro de 7,8 milhões de dólares alcançado no mesmo período do ano passado. Essa significativa alta se deveu ao aumento da receita e ao crescimento da carteira de crédito, conforme demonstra o balanço divulgado nesta terça-feira.
De acordo com informações da LSEG, os analistas tinham uma expectativa média de lucro líquido de 288,2 milhões de dólares.
No ajuste realizado, o lucro alcançou 355,6 milhões de dólares, em comparação com o lucro de 63,1 milhões de dólares registrado no mesmo período do ano anterior.
A receita do Nubank atingiu um novo recorde de 2,1 bilhões de dólares, o que estava dentro das expectativas dos analistas. Esse valor representa um aumento de 53% em relação ao ano anterior, considerando uma base de câmbio neutra.
O Nubank registrou um aumento em sua receita devido ao crescimento do número de clientes e à maior capacidade de rentabilização de sua base.
No último trimestre, o número de clientes atingiu a marca de 89,1 milhões, e em outubro ultrapassou os 90 milhões. Isso representa um aumento em relação aos 83,7 milhões de clientes registrados no final de junho.
O banco digital registrou um aumento de 18% na receita mensal média por cliente ativo, chegando a 10 dólares, em comparação com o ano anterior, ajustado para neutralidade cambial.
No mesmo contexto, a carteira de crédito total do Nubank registrou um aumento de 48,1% em relação ao ano anterior, alcançando um valor de 15,4 bilhões de dólares. Além disso, a margem financeira líquida (NII) mais do que dobrou, atingindo 1,2 bilhão de dólares.
O Nubank, um banco digital fundado há aproximadamente dez anos, tem a maior parte dos seus clientes no Brasil. No entanto, a instituição tem buscado expandir suas operações para outros países, como México e Colômbia.
O Nubank acredita que sua operação no México pode se tornar tão ou até mais importante do que no Brasil, afirmou o diretor financeiro Guilherme Lago à Reuters.
Ele alegou que o México está em uma fase inicial na jornada inevitável de digitalização e inclusão financeira. Ele ressaltou que a penetração bancária no país ainda está significativamente abaixo em relação ao Brasil.
“De acordo com Lago, o crescimento do Nubank no México é como uma maratona, não um sprint de 100 metros. No final do trimestre, a empresa já contava com uma base de clientes de 4,3 milhões no país.”
No Brasil, a taxa de inadimplência acima de 90 dias do Nubank no trimestre encerrado em setembro foi de 6,1%, um aumento em relação aos 5,9% no segundo trimestre e 4,7% no mesmo período do ano passado. Já a inadimplência de curto prazo, entre 15 e 90 dias, ficou em 4,2%, ligeiramente abaixo dos 4,3% no trimestre anterior e estável em comparação ao mesmo período do ano anterior.
No último trimestre, os gastos com serviços financeiros e transacionais totalizaram 1,2 bilhão de dólares. Esse valor representa um aumento de 29,6% em comparação com o mesmo período do ano anterior, quando ajustado para a taxa de câmbio atual. Esse crescimento é atribuído ao aumento das operações, principalmente na Colômbia e no México, além da taxa de juros mais alta no Brasil.
No entanto, houve uma redução de 10 pontos percentuais nos custos em relação à receita, resultando em um total de 57%.