De acordo com importadores norte-americanos, a recente decisão de Washington de permitir a entrada de carne bovina do Paraguai no mercado dos EUA, após um intervalo de 25 anos, não deverá causar um impacto significativo no volume total de importações do país, mesmo em um momento de escassez de oferta e preços elevados. Isso se deve ao fato de que será estabelecida uma cota de embarques, limitando a quantidade de carne bovina paraguaia que poderá ser importada.
Apesar da expectativa de que a inclusão do Paraguai como fornecedor de carne bovina possa ajudar a mitigar a pressão sobre os preços domésticos nos EUA, não se espera uma mudança drástica na situação atual. Os importadores destacam que, apesar da demanda permanecer forte, a capacidade de importação do Paraguai será limitada pela cota estabelecida pelas autoridades americanas.
Essa decisão, no entanto, é vista como uma oportunidade para diversificar as fontes de suprimento de carne bovina dos EUA. Além disso, a inclusão do Paraguai como fornecedor pode beneficiar os consumidores norte-americanos ao oferecer uma opção adicional no mercado.
Em resumo, embora a decisão de Washington de permitir a importação de carne bovina do Paraguai seja uma notícia importante para o setor, não se espera que isso tenha um impacto significativo no volume total de importações dos EUA. A cota de embarques estabelecida deve limitar a quantidade de carne bovina paraguaia que entrará no país, mesmo em um momento de escassez de oferta e preços altos.
Os preços da carne bovina nos Estados Unidos atingiram níveis históricos neste ano. Isso se deve à seca, que levou os agricultores a reduzir drasticamente o rebanho do país, resultando nos menores níveis registrados em décadas. Como resultado, as empresas de carne estão cada vez mais dependentes de importações para processar a carne moída utilizada em hambúrgueres.
Stephen Sothmann, diretor executivo do Meat Import Council of America, informou que o Paraguai não realizou negociações diretas para a venda de carne bovina aos Estados Unidos utilizando sua própria cota. Como resultado, o país precisa competir com outras nações na mesma situação para preencher uma cota tarifária em grupo.
A cota para países como Brasil, Irlanda, Japão e Namíbia é de aproximadamente 65.000 toneladas por ano, com uma tarifa de 4,4 centavos de dólar por quilo, informou Sothmann. Os fornecedores já preencheram essa cota no início deste ano, segundo ele.
Atualmente, há uma intensa concorrência para adquirir produtos dentro dessa cota”, afirmou Sothmann. “É improvável que isso cause um grande impacto na quantidade de carne bovina importada disponível.”
Os fornecedores estão enfrentando um imposto excessivamente alto de 26,4% sobre o valor dos produtos enviados além da cota tarifária, o que torna esses negócios economicamente inviáveis.
De acordo com as previsões do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), as importações totais de carne bovina pelos EUA devem atingir cerca de 1,6 milhão de toneladas neste ano. O Paraguai, por sua vez, tem a possibilidade de exportar entre 3.250 e 6.500 toneladas por ano, representando de 5% a 10% da cota tarifária para os países que não possuem acordos individuais, conforme divulgou o USDA.
De acordo com os analistas, há expectativas de que o Paraguai entre na competição com produtores como o Brasil no mercado de fornecimento de carne bovina magra, a qual é frequentemente utilizada em conjunto com cortes mais gordurosos provenientes dos Estados Unidos.
Em 2020, os Estados Unidos retomaram a autorização para o Brasil exportar carne bovina in natura, após um período de interrupção devido a preocupações envolvendo a segurança alimentar. A Namíbia também conseguiu enviar carne bovina comercial para os EUA pela primeira vez em 2020, após longos 18 anos de negociações comerciais. No entanto, não foram registrados envios desde então, de acordo com os registros dos Estados Unidos.
As remessas de carne bovina do Paraguai agora são consideradas seguras para os Estados Unidos, de acordo com uma extensa revisão conduzida por autoridades americanas. Preocupações anteriores sobre a presença de febre aftosa levaram ao bloqueio da importação da carne bovina paraguaia para os EUA. No entanto, as autoridades concluíram que, sob determinadas condições, as remessas agora atendem aos padrões de segurança estabelecidos.
Como resultado, o bloqueio foi levantado e o Paraguai poderá voltar a exportar sua carne bovina para os EUA. Isso representa uma vitória para o setor pecuário paraguaio, que agora poderá acessar um mercado consumidor de grande potencial.