Nesta sexta-feira, 10, o mercado doméstico de câmbio testemunhou um declínio no valor do dólar, influenciado por uma combinação de apetite ao risco no cenário internacional e o avanço de commodities, como o minério de ferro. Apesar dessa queda, a divisa americana ainda se mantém acima da marca de R$ 4,90.
Reação ao Movimento do Dólar Após Declarações de Jerome Powell
O comportamento recente do dólar reflete uma reação parcial aos ganhos observados ontem, que foram impulsionados por declarações do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. Suas palavras indicaram a possibilidade de um aumento nas taxas de juros nos Estados Unidos, o que havia elevado o valor da moeda.
Operadores do mercado financeiro notaram a entrada significativa de fluxo estrangeiro na bolsa doméstica, que resultou na superação dos 120 mil pontos, alinhada com o mercado de Nova York. Esse movimento foi apoiado pela internalização de recursos por exportadores e pela realização de lucros no mercado futuro.
Impacto do IPCA de Outubro no Mercado Financeiro
A leitura benigna do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de outubro também jogou um papel crucial no aumento do apetite por ativos domésticos. O índice desacelerou de 0,26% em setembro para 0,24% em outubro, ficando abaixo das expectativas do mercado.
O dólar à vista mostrou uma tendência de baixa ao longo do dia, com uma mínima de R$ 4,9040 e fechando com uma desvalorização de 0,51%, cotado a R$ 4,9145. No acumulado da semana, a moeda americana teve uma leve alta de 0,37%, mas ainda apresenta uma desvalorização de 2,52% no mês de novembro.
Comentários de Especialistas sobre Movimento do Dólar
Luiz Felipe Bazzo, CEO da corretora de câmbio Transferbank, comentou sobre a situação atual do dólar, relacionando-a com as declarações recentes de Powell e a política monetária dos EUA. Ele também mencionou as expectativas do mercado em relação à taxa Selic e ao diferencial de juros interno e externo.
O Goldman Sachs prevê uma desvalorização do dólar em relação ao real nos próximos meses, citando fatores como juros reais elevados, contas externas sólidas e a resiliência da atividade econômica brasileira. A expectativa é de que o dólar chegue a R$ 4,80 nos próximos três meses e continue caindo nos meses subsequentes.