Analistas afirmam que o governo venezuelano terá uma oportunidade favorável para aumentar os gastos sociais e conquistar eleitores em 2024, devido ao alívio de algumas sanções impostas pelos Estados Unidos. Esse alívio permitirá que mais renda proveniente do petróleo flua para os cofres do governo.
Com a redução das restrições vindas dos EUA, a Venezuela poderá receber mais recursos provenientes da exportação de petróleo. Isso possibilitará um aumento nos gastos sociais, que incluem investimentos em áreas como saúde, educação e programas de assistência social.
Os gastos sociais têm um enorme apelo para os eleitores, principalmente em um país que enfrenta desafios econômicos e sociais significativos. A medida pode ser vista como uma tentativa do governo em ganhar o apoio popular e melhorar sua imagem perante a população.
No entanto, é importante lembrar que essas sanções são apenas parcialmente aliviadas e ainda existem obstáculos que podem limitar a capacidade do governo de investir totalmente em gastos sociais. Além disso, a situação econômica da Venezuela continua sendo um desafio, com altas taxas de inflação e escassez de produtos básicos.
Apesar das limitações, espera-se que o alívio das sanções proporcione algum alívio financeiro para o país, permitindo ao governo implementar medidas que buscam melhorar a qualidade de vida dos cidadãos.
No entanto, é importante destacar que a efetividade dessas medidas dependerá da forma com que os recursos serão utilizados e da transparência na alocação dos mesmos. Além disso, outros problemas estruturais, como a corrupção e a instabilidade política, precisam ser abordados para garantir a eficácia desses gastos sociais.
Em suma, o alívio parcial das sanções impostas pelos EUA à Venezuela oferece ao governo uma oportunidade favorável para aumentar os gastos sociais e atrair eleitores em 2024. No entanto, os desafios econômicos e a necessidade de medidas estruturais adicionais ainda são obstáculos para a plena implementação dessas políticas.
No mês de outubro, os Estados Unidos fizeram uma reversão temporária de algumas sanções aplicadas ao setor petrolífero da Venezuela e também suspenderam a proibição de negociação de títulos. Tais medidas foram tomadas como parte de um acordo eleitoral entre o governo do presidente Nicolás Maduro e a oposição venezuelana.
Washington impôs condições para estender o alívio, incluindo a libertação de prisioneiros políticos e norte-americanos detidos injustamente, além do levantamento das proibições de cargos públicos para indivíduos, incluindo a candidata vencedora das primárias da oposição.
A empresa de análise Síntesis Financiera divulgou um relatório afirmando que a flexibilização das sanções pode trazer uma renda adicional de 1,4 bilhão de dólares para a Venezuela nos próximos seis meses.
Prevê-se que o aumento da renda proveniente do petróleo ocorra gradualmente, com uma parte significativa vindo do redirecionamento das exportações. Segundo uma fonte do setor petrolífero citada pela Reuters, espera-se um aumento de 40% na receita de exportação a cada mês.
“Ao longo das sanções anteriores, a PDVSA, uma empresa estatal de petróleo, foi obrigada a recorrer a intermediários para vender seus produtos nos mercados asiáticos. Essa abordagem estratégica resultou em uma redução nos lucros do governo.”
“Aumento da renda será gradual”, afirmou José Vielma, membro do partido governista e do comitê de finanças da Assembleia Nacional, que apoia o governo. Ele destacou que a arrecadação adicional será direcionada para investimentos em programas sociais e serviços públicos.
O Ministério das Comunicações e o PSUV, partido governista, não forneceram comentários adicionais sobre os planos de gastos, apesar dos pedidos de resposta.
De acordo com a Síntesis Financiera, é altamente provável que o aumento da renda resulte em um maior alívio financeiro. Isso se deve à necessidade de melhorar o apoio popular ao governo, especialmente considerando as eleições que ocorrerão no segundo semestre de 2024.
Ao longo dos últimos cinco anos, o governo tem adotado uma prática comum de aumentar os gastos sociais, os salários do setor público, a distribuição de alimentos e os projetos de construção de moradias em período pré-eleitoral. Esse padrão tem sido observado mesmo diante de uma limitação na renda nacional, causada tanto pelas sanções impostas quanto pelos problemas enfrentados pela PDVSA.