Nos últimos meses de 2023, o Brasil testemunhou um crescimento significativo na indústria pecuária, particularmente no que se refere ao abate de bovinos. De julho a setembro, os números atingiram o pico de 8,85 milhões de cabeças de gado abatidas, marcando um aumento notável de 11,15% em relação ao mesmo intervalo do ano anterior. Este volume não era visto desde 2013, conforme dados coletados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), sinalizando uma fase de prosperidade para os produtores nacionais.
Dinâmica do Mercado Interno de Bovinos
A situação atual reflete a maior disponibilidade de animais para o abate, um reflexo direto do ciclo pecuário bem administrado nos últimos anos. Os pecuaristas optaram por reter matrizes em tempos anteriores, mirando o aproveitamento dos preços elevados dos bezerros. Atualmente, com esses animais amadurecidos, eles são introduzidos ao mercado em condições ideais para o abate. Este aumento na oferta começou a ser observado desde o início de 2022, trazendo benefícios para os frigoríficos, que veem uma redução nos custos de sua principal matéria-prima.
Análise dos Produtos Carnívoros
Embora o número de abates tenha apresentado crescimento, uma descoberta preocupante acompanha esses dados. “O rendimento foi menor”, indicando que, apesar de haver mais cabeças de gado abatidas, a quantidade de carne produzida por animal diminuiu. Especificamente, no terceiro trimestre de 2023, cada animal resultou em uma média de 244,59 quilos de carcaça bovina, uma redução de 10% quando comparado com os 271,86 quilos por animal no mesmo período de 2022. Esta eficiência decrescente registra o menor nível dos últimos cinco anos.
Diversificação e Resiliência no Setor de Proteínas
Não apenas o setor bovino viu mudanças. O mercado de frangos também teve suas variáveis ajustadas. O IBGE registrou um incremento de 3,1% no abate de frangos durante o mesmo trimestre, com um total de 1,57 bilhão de aves abatidas. Essa expansão marca uma recuperação após um declínio observado no segundo trimestre do ano. Quanto ao setor de suínos, o crescimento foi mais modesto. Houve um aumento de 0,5% em relação ao ano anterior, totalizando 14,6 milhões de cabeças de suínos abatidas no terceiro trimestre. Essa evolução também sinaliza uma retomada após uma diminuição anterior.