O Banco Central tomou a decisão de reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto percentual, chegando a 12,25% ao ano. Além disso, a diretoria do banco prevê mais reduções equivalentes nas próximas reuniões e reforça a importância do governo em buscar as metas fiscais propostas.
De acordo com o comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), caso as expectativas se confirmem, é esperado uma redução significativa nas próximas reuniões. Os membros do Comitê concordam que essa é a abordagem apropriada para manter uma política monetária contracionista, que é necessária para combater a inflação.
O relatório destacou a importância de diversos fatores na determinação da extensão do processo de flexibilização ao longo do tempo. Entre esses fatores estão a evolução da dinâmica inflacionária, as expectativas em relação ao comportamento dos preços, o hiato do produto e a avaliação do balanço de riscos para a inflação no futuro.
O anúncio de uma nova redução na taxa básica de juros nesta quarta-feira marca o terceiro corte consecutivo, desde que o Banco Central começou a flexibilização monetária com uma diminuição de 0,50 ponto na Selic em agosto. Isso indica a intenção do BC de continuar com essa política de afrouxamento nas próximas reuniões, a menos que ocorra alguma surpresa relevante.
A decisão de reduzir em 0,50 ponto percentual os juros básicos na reunião deste mês foi tomada por todos os membros, assim como ocorreu em setembro. Anteriormente, na reunião de agosto, a decisão havia sido dividida entre os participantes.
O comunicado do Banco Central sofreu algumas alterações significativas no trecho que aborda o ambiente externo. No encontro de setembro, o BC considerava o ambiente externo como “incerto”, mas agora o classificou como “adverso”. Essa mudança ocorreu devido ao aumento das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos, à persistência de núcleos de inflação em patamares elevados em diferentes países e ao surgimento de novas tensões geopolíticas.
Nos últimos tempos, os responsáveis pelo Banco Central têm enfatizado a importância do cenário internacional como uma fonte de incerteza. Isso ocorre devido ao aumento das taxas de juros de longo prazo nos Estados Unidos, o que faz com que o fluxo de recursos seja direcionado para a maior economia mundial e, consequentemente, valorize o dólar. Essa valorização do dólar acaba pressionando a inflação no Brasil.
Após a recente crise entre Israel e Hamas, o ambiente global foi lançado em um estado de incerteza renovada. A escalada das tensões entre as partes envolvidas aumentou os temores de um maior envolvimento de outros países no conflito. Isso adicionou uma camada adicional de complexidade a um cenário já difícil de prever.
“No encontro de setembro, o Banco Central reiterou a importância de se estar atento à situação fiscal, destacando a necessidade de se manter o compromisso com as metas estabelecidas para as contas públicas – algo que tem sido questionado por agentes do mercado.”
Agora, com as recentes declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva sobre a dificuldade em atingir a meta de déficit fiscal zero em 2024, o Copom apenas reiterou sua posição expressa em setembro em relação a esse assunto.
“Considerando a importância de cumprir as metas fiscais estabelecidas para manter as expectativas de inflação sob controle e, consequentemente, para orientar a política monetária, o Comitê reforça a necessidade de um comprometimento absoluto em alcançar essas metas”, afirmou.
Na quarta-feira, o Banco Central (BC) alterou suas projeções para a inflação em relação à reunião de setembro. De acordo com a autoridade monetária, em seu cenário de referência, a expectativa para a inflação em 2023 passou de 5,0% para 4,7%. Já para 2024, a estimativa subiu de 3,5% para 3,6%, e para 2025 passou de 3,1% para 3,2%.