O mundo do agronegócio está presenciando uma revolução tecnológica com a entrada de soluções blockchain para garantir a rastreabilidade e a sustentabilidade dos produtos. Nesse contexto, a Bunge, gigante americana do setor, e a Bangkok Produce Merchandising Public Company Limited (BKP), uma subsidiária do renomado grupo de alimentos Charoen Pokphand Foods Public Company Limited (CPF), estão se unindo para inovar e transformar a cadeia de suprimentos da soja.
Na sexta-feira, um comunicado importante marcou o setor de agronegócios: a Bunge anunciou a assinatura de um memorando de entendimento com a BKP. O objetivo é claro e inovador: desenvolver uma solução blockchain robusta que permitirá a rastreabilidade completa da soja e de produtos livres de desmatamento.
Soja Brasileira: Do Campo à Ásia
A Bunge não é apenas uma participante no mercado, mas uma das maiores exportadoras de soja brasileira. O acordo firmado tem uma amplitude internacional, abrangendo a soja originada no Brasil pela Bunge, com destino aos diversos países da Ásia. Lá, a CPF e sua subsidiária têm um papel crucial, pois produzem e comercializam rações e alimentos.
A parceria entre Bunge e BKP não se limita apenas ao comércio. Ela representa um compromisso com a sustentabilidade e com o avanço tecnológico. “A parceria permitirá a realização de estudos de viabilidade técnica, comercial e operacional para a construção de uma cadeia de suprimentos sustentável e digitalmente integrada”, ressaltou a Bunge em seu comunicado oficial.
Rastreabilidade: Do Campo ao Cliente Final
O cerne da inovação está na transferência de dados. O acordo visa criar um sistema onde as informações sobre a trajetória dos grãos, desde o campo até o cliente final, sejam transparentes e acessíveis. Isso não apenas aumenta a confiança na cadeia de suprimentos, mas também fortalece o compromisso com práticas agrícolas sustentáveis.
A Bunge já é reconhecida por suas práticas avançadas de monitoramento. A empresa cobre mais de 16 mil fazendas e cerca de 20 milhões de hectares na América do Sul. Além disso, ela utiliza tecnologia de satélite de ponta para identificar alterações no uso do solo e acompanhar o plantio de soja em cada propriedade monitorada.
Cobertura Completa: Uma Meta Ambiciosa
No Brasil, a rede de fornecimento direto da Bunge já está totalmente sob vigilância, especialmente em áreas sujeitas a desmatamento. A empresa tem planos ambiciosos e está caminhando para cobrir 100% de sua rede indireta até 2025.
Rumo ao Desmatamento Zero
A Bunge está bem perto de atingir sua meta de desmatamento zero em 2025. Atualmente, mais de 97% do volume de soja adquirido pela empresa é verificado como livre de desmatamento e conversão. Isso demonstra o comprometimento da Bunge com práticas sustentáveis e responsáveis, alinhadas com as expectativas da sociedade moderna e com a preservação do meio ambiente.