Em um fechamento robusto na última sexta-feira, 27, os preços do petróleo viram uma alta significativa, apesar de um panorama geral relativamente morno durante a semana. A principal motivação para essa ascensão nos preços foi a escalada de tensões entre Israel e Hamas, com receios crescentes de que a situação pudesse escalar para um conflito mais extenso na região. No entanto, é crucial notar que, no acumulado da semana, houve uma queda nos preços, marcando a primeira vez desde o início dos confrontos em 7 de outubro.
Detalhamento dos Preços e Mercados Específicos
Na New York Mercantile Exchange (Nymex), observamos um aumento de 2,80% no petróleo WTI para dezembro, resultando em um preço de US$ 85,54 por barril. Por outro lado, o Brent para janeiro, negociado na Intercontinental Exchange (ICE), viu um crescimento de 2,47%, alcançando US$ 89,20 por barril. Comparando com os dados da semana anterior, houve uma diminuição de 2,88% no contrato mais líquido do WTI, enquanto o Brent teve uma queda de 3,21%.
A Influência da Situação no Oriente Médio
Conforme a tarde avançava no Brasil e a noite caía no Oriente Médio, notícias sobre a expansão das forças terrestres israelenses na Faixa de Gaza ganharam destaque. Essa movimentação precede uma potencial ofensiva por terra, a qual Israel tem ameaçado realizar no território sob cerco.
Este desenvolvimento, somado ao bombardeio realizado pelos EUA em locais associados ao Irã na Síria na noite de quinta-feira, proporcionou um ímpeto adicional aos preços do petróleo. A ofensiva aérea foi seguida por um aumento das sanções norte-americanas ao Irã, visando debilitar o financiamento ao Hamas, conforme declarado pelo governo dos EUA.
Reações e Possíveis Implicações Futuras
A possibilidade de um envolvimento mais direto de grandes produtores de petróleo, como Irã ou EUA, gera um risco de alta no mercado de petróleo. Isso se deve ao potencial de interrupções nas operações e imposição de sanções aos setores petrolíferos locais, o que poderia resultar em restrições na oferta global. “Qualquer sinal de confrontos fora de Gaza tipicamente se manifestará em preços mais altos de petróleo”, afirma a consultoria Marex.
Apesar disso, as incertezas quanto à concretização desses riscos contribuíram para a queda dos preços ao longo da semana. A Capital Economics destacou que a “reação silenciosa” ao conflito reflete também um prêmio de risco “Oriente Médio” menor em comparação a conflitos anteriores na região. A consultoria enfatiza que a produção de petróleo na região diminuiu desde 1970 e que os produtores do Golfo se tornaram mais integrados aos mercados financeiros, tornando as sanções um fator de maior peso.
Fatores Baixistas e Perspectivas
A analista de Inteligência de Mercado da StoneX, Isabela Garcia, também ressaltou a diminuição da demanda americana por petróleo e combustíveis, assim como o desempenho econômico fraco na União Europeia, como elementos que exerceram pressão baixista sobre os preços durante a semana.