Desde o ano de 2021, o sistema financeiro brasileiro testemunhou um aumento exponencial no número de transações realizadas, tendo o Pix como grande protagonista dessa expansão acelerada. As estatísticas revelam que o volume de operações na atualidade é o triplo do que era há uma década.
Desenvolvimento Acelerado Até 2020 e o Impacto do Pix
Antes da implementação do Pix, as transações digitais já vinham crescendo em um ritmo constante de aproximadamente 10% ao ano, atingindo a marca de 242 milhões em 2020, conforme dados do Banco Central. No entanto, com a chegada do Pix em novembro do mesmo ano, esses números dispararam para 340 milhões em 2021 e 453 milhões em 2022, configurando um aumento impressionante de 87% no período entre 2020 e 2022.
A Realidade Atual e Previsões Futuras
“Hoje é normal você pegar um dia de 120 milhões de transações Pix. Breve chega a 3 bilhões mês”, projetou Valdir Assef Jr, coordenador do laboratório de segurança cibernética da Febraban, durante sua participação no 13º Congresso de Prevenção à Lavagem de Dinheiro e ao Financiamento ao Terrorismo (PLDFT). Ele também destaca que o aumento nas transações tem um reflexo direto no volume de fraudes financeiras.
O Desafio da Segurança e a Responsabilidade dos Bancos
A segurança cibernética tornou-se uma pauta crucial, principalmente diante do aumento exponencial nas transações digitais. Valdir Assef Jr alerta para a necessidade de atenção ao comportamento dos usuários dentro do universo de 550 milhões de chaves Pix, indicando que as práticas de lavagem de dinheiro podem estar se adaptando a essa nova realidade. Ele critica a leniência nas punições aos fraudadores, apontando isso como um obstáculo adicional aos esforços dos bancos em prevenir crimes financeiros.
A Relação dos Brasileiros com a Tecnologia Financeira
Rafael Ximenes, diretor de supervisão do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), observa que a propensão dos brasileiros ao uso de tecnologias financeiras digitais é notável. Ele destaca que a preocupação da população está mais atrelada à segurança física do que à exposição de sua identidade.
Dinheiro Vivo: Mudança de Comportamento e Uso
Apesar do crescimento massivo das transações digitais, ainda existe uma parcela significativa da população que prefere manter o uso do dinheiro em espécie, uma resistência que alterou a forma como o dinheiro vivo é utilizado. Valdir Assef Jr aponta que muitos clientes bancários agora veem o dinheiro vivo como uma reserva para emergências, indicando uma mudança significativa no comportamento financeiro.