Nos últimos dois trimestres, o Santander Brasil (SANB11) observou uma diminuição em sua carteira de crédito direcionada às grandes corporações. O valor desse segmento, conhecido como large corporate, foi de R$ 138,9 bilhões entre julho e setembro, o que representa uma queda de 0,6% em comparação ao trimestre anterior. Em abril, o montante era de R$ 141,66 bilhões, após um crescimento de 6,7% desde o final do ano anterior.
Causas da Contração do Crédito
Esse decréscimo pode ser justificado por dois principais motivos. O primeiro deles é o renascimento do mercado de capitais, que passou a ser uma alternativa para algumas das necessidades financeiras dessas grandes empresas. O segundo motivo é uma postura mais seletiva adotada pelo banco.
Mário Leão, CEO do Santander, ressaltou durante a apresentação dos resultados trimestrais: “A gente tem sido super seletivo em fazer rentabilidade. Não estamos preocupados com número de clientes, eu quero crescer, mas não abrir mão de ROE”.
Impacto do Mercado de Capitais
Com a reabertura do mercado de capitais, muitas empresas têm encontrado ali um meio para obtenção de recursos, o que impactou diretamente nas concessões de crédito por parte do banco. Mário Leão lembra: “O mercado de capitais no primeiro trimestre estava muito fechado e crescemos bastante em grandes empresas nesse período”.
Perspectivas e Estratégias Futuras
O CEO do Santander minimiza as preocupações com a recente retração, destacando a forte presença do banco no cenário de mercado de capitais, onde se classifica entre os líderes em fusões e operações no Brasil. Ele observa a persistente letargia do mercado de ações e projeta um cenário sem grandes transformações para o ano corrente.
A expectativa é de que as ofertas secundárias mantenham-se em um patamar moderado. Essa posição estratégica do banco no setor financeiro sublinha sua capacidade de adaptação e resiliência diante dos desafios do mercado, garantindo estabilidade e confiança para seus stakeholders.
Enfoque nas Pequenas e Médias Empresas
Por outro lado, o Santander demonstra grande otimismo em relação ao seu setor de negócios com as pequenas e médias empresas (PMEs), almejando duplicar o volume dessa carteira no médio prazo. No momento, os empréstimos concedidos às PMEs alcançam a cifra de R$ 64,9 bilhões, refletindo um acréscimo de 3,1% em comparação ao trimestre anterior e uma elevação de 6,5% em termos anuais.
O CEO Mário Leão enfatiza a necessidade de diversificar o portfólio do banco e a intenção de seguir em busca de crescimento nesse setor específico nos trimestres vindouros, demonstrando compromisso e visão estratégica para o desenvolvimento sustentável dos negócios.