Em um ato significativo, na manhã de sábado (21), vários caminhões carregados com alimentos, água e medicamentos cruzaram a fronteira egípcia, destinados à Faixa de Gaza. Esses veículos estiveram parados por vários dias no Egito devido a impasses diplomáticos relacionados às condições de entrega dos suprimentos.
A entrada desses caminhões ocorreu por meio de Rafah, a principal passagem para Gaza que não está sob controle israelense. Esta rota tornou-se um ponto vital para os esforços de ajuda humanitária destinados aos 2,3 milhões de habitantes da região.
Ahmad Nassar, gerente do Crescente Vermelho do Qatar, que está atualmente em Gaza, detalhou a situação: “Hoje recebemos cerca de 20 caminhões de ajuda. Este número não é de forma alguma suficiente para cobrir a necessidade humanitária em Gaza, uma vez que a deterioração das condições na Faixa de Gaza exige muito mais do que ajuda. É necessário o fim da agressão a Gaza, e depois a reconstrução de Gaza e a elevação da situação humanitária da população.”
Resposta de Israel à Ajuda Humanitária
As forças militares israelenses especificaram que a ajuda seria destinada exclusivamente às áreas sul de Gaza. É lá onde os civis palestinos têm se concentrado para se protegerem dos confrontos entre Israel e o Hamas.
Em uma medida mais ampla, Israel havia imposto um bloqueio completo a Gaza, interrompendo a entrada de recursos essenciais, como água e comida. Esta ação foi uma resposta ao ataque lançado pelo grupo palestino Hamas em 7 de outubro.
Discussões Diplomáticas no Egito sobre a Crise em Gaza
No mesmo dia, o Egito sediou uma reunião significativa para discutir o conflito em andamento entre Israel e o Hamas e a crescente onda de violência no Oriente Médio. Vários países enviaram seus representantes para este encontro, incluindo o Brasil, que foi representado pelo Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
A crise humanitária em Gaza foi o foco principal da reunião, que também contou com representantes da Jordânia, Catar e Turquia. Além disso, o Conselho de Segurança da ONU, na quarta-feira anterior (18), havia rejeitado uma proposta brasileira que buscava estabelecer pausas nos conflitos para permitir a entrega de ajuda humanitária a Gaza.
Declarações do Chanceler Brasileiro em meio à Crise
O chanceler brasileiro, Mauro Vieira, expressou suas esperanças e preocupações antes do início da reunião no Cairo. “A expectativa é que se crie uma consciência de que é chegado o momento de pôr um ponto final a este derramamento de sangue e a essa guerra que, no fundo, afeta todo o mundo”, disse o chanceler. Ele também enfatizou a necessidade urgente de ajuda humanitária para o povo de Gaza, mencionando o difícil acesso a recursos básicos, como água.
Mauro Vieira também levantou preocupações sobre as ações de ambos os lados do conflito e a gravidade da situação, citando o número alarmante de vítimas.
Segundo ele, cerca de 4,4 mil pessoas foram vítimas do lado palestino, enquanto o lado israelense teve aproximadamente 1,4 mil vítimas. Ele também mencionou o sequestro de 201 pessoas pelo Hamas em 9 de outubro, com duas norte-americanas sendo as primeiras a serem libertadas.