As regiões brasileiras enfrentaram temperaturas elevadas recentemente, resultando em um consumo elevado de energia elétrica.
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) revelou dados surpreendentes: houve um acréscimo de 4,2% no consumo de eletricidade nos primeiros 15 dias do mês.
Esse índice, comparado ao mesmo período do último ano, representou um total de 41.442 megawatts médios (Mwmed).
A CCEE sugere que a onda de calor brasileira está diretamente relacionada a esse aumento. A razão? O uso intensificado de aparelhos que combatem o calor, como ares-condicionados e ventiladores.
Variações Regionais e Tendências de Mercado
O vasto território brasileiro apresenta uma diversidade imensa, não apenas cultural e geográfica, mas também em termos de consumo de energia.
Em uma análise detalhada das variações de demanda por estado, percebemos que, no mercado regulado, o Acre se destacou de forma impressionante, registrando um crescimento de 19,7% em seu consumo energético.
Em seguida, vieram o Rio de Janeiro e o Amazonas, com aumentos de 16,8% e 14,6%, respectivamente, evidenciando um padrão de maior demanda em certas regiões.
Contrapondo essa tendência, no mercado livre – que oferece aos consumidores a liberdade de escolher seus fornecedores de energia – o crescimento revelou-se mais contido, alcançando apenas 0,9%.
Essa discrepância pode sinalizar as diferenças nas políticas ou práticas de consumo entre os dois mercados. Globalmente, observando a totalidade do Sistema Interligado Nacional (SIN), houve um aumento global de 2,9% na demanda de energia, com um consumo médio chegando a 62.910 MW.
Setores da Economia e sua Relação com o Consumo Energético
Diferentes indústrias reagiram de maneira distinta a essa onda de calor. Notavelmente, o setor comercial viu um aumento de 10,8% no consumo de energia.
O setor de transportes seguiu essa tendência ascendente com 8,2%, enquanto os setores de serviços e mineração de metais viram aumentos de 6,9% e 6,6%, respectivamente.
Por outro lado, setores como automotivo, saneamento e têxtil viram declínios de 8,0%, 6,3% e 4,6%, respectivamente.
Evolução na Geração de Energia e o Papel das Fontes Renováveis
Um detalhe interessante foi a contribuição das energias renováveis neste período quente. As instalações solares, em particular, produziram uma média de 2.657 MW, marcando um aumento impressionante de 42,5% ano a ano.
Isso não foi apenas uma resposta direta ao clima; a capacidade instalada desses sistemas solares também viu um aumento substancial de 40%.
A nível nacional, a geração energética viu um crescimento modesto de 1,1% em relação ao ano anterior. Fontes tradicionais como a hídrica cresceram 2,4%. Porém, outras fontes, como eólica e térmica, tiveram reduções de 3,3% e 6,3%, respectivamente.