A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) informou que o Índice de Confiança do Empresário do Comércio (Icec) registrou uma queda de 0,7% em setembro, atingindo 113,1 pontos após ajustes sazonais.
Essa redução reflete a cautela entre os comerciantes, impulsionada por altos índices de endividamento e inadimplência entre as empresas.
Desafios no Ambiente Empresarial
Os altos níveis de endividamento e inadimplência estão limitando os investimentos dos empresários, apesar da proximidade de datas importantes para o setor, como o Dia das Crianças, a Black Friday e o Natal.
Componentes do Índice de Confiança do Empresário do Comércio
O Icec é composto por três componentes: condições atuais, expectativas e intenções de investimentos. Em setembro, houve uma queda em todos esses componentes.
- Condições Atuais: O componente de condições atuais teve uma ligeira queda de 0,1%, alcançando 89,7 pontos.Isso inclui avaliações positivas para economia (1,1% de aumento, chegando a 78,3 pontos) e setor (0,9% de aumento, atingindo 85,6 pontos), mas uma piora na avaliação da própria empresa (-1,8%, com 105,2 pontos).
- Expectativas: O componente de expectativas caiu 1,0% em setembro, chegando a 145,2 pontos, ainda mantendo-se na zona de otimismo. Houve recuos em todas as subcategorias: economia (-1,6%, alcançando 135,6 pontos), setor (-0,8%, chegando a 145,3 pontos) e empresa (-0,7%, com 154,8 pontos).
- Intenções de Investimentos: O componente de intenções de investimentos registrou uma redução de 0,8% em setembro, atingindo 104,3 pontos.Isso inclui um aumento nas intenções relacionadas aos estoques (1,2% de aumento, alcançando 92,6 pontos), mas uma piora nas intenções de contratação de funcionários (-2,9%, com 121,4 pontos) e nas intenções de investimento na empresa (-0,3%, atingindo 99,0 pontos).
Desafios da Inadimplência Empresarial
A CNC destaca que, apesar da trajetória de queda das taxas de juros, a inadimplência entre as empresas está aumentando.
Isso impacta tanto os comerciantes quanto os consumidores, com um número crescente de empresas e pessoas com dívidas atrasadas.
Perspectivas e Tendências
Embora a pesquisa mostre que a maioria dos comerciantes espera um aumento nas vendas nos próximos seis meses, apenas quatro em cada dez percebem uma melhora nas vendas no momento.
Além disso, as operações comerciais continuam enfrentando desafios para impulsionar as vendas, especialmente nos segmentos dependentes das vendas a prazo.
Análise Anual
Em relação a setembro de 2022, a confiança do empresariado do comércio diminuiu significativamente, com uma queda de 9,9%. Essa tendência reflete a crise de crédito no setor, que tem se intensificado ao longo do ano.
Segmentos de Lojas Afetados
A pesquisa também revela que o otimismo diminuiu em setembro em todos os grupos de lojas do varejo pesquisados, incluindo bens duráveis (queda de 2,9%), não duráveis (redução de 2,3%) e semiduráveis (redução de 1,3%).
O segmento de roupas, calçados e acessórios experimentou a maior perda, com uma redução de 10,7% na confiança em comparação com setembro de 2022.