Uma das maiores redes varejistas do Brasil, o Grupo Casas Bahia, está em uma cruzada para recuperar sua antiga glória e estabilidade no mercado. Isto ocorre uma semana após um follow-on que não atendeu às expectativas do mercado.
Aposta em estratégias nostálgicas
Em um movimento estratégico, a empresa decidiu reavivar sua marca. Eles reintroduziram seu slogan icônico “Dedicação total a você”.
Além disso, Fabiano Augusto, o rosto familiar por trás do famoso bordão “Quer pagar quanto?”, voltou como garoto propaganda. Estas iniciativas são uma tentativa de relembrar os dias de ouro da rede varejista.
Investimento em tecnologia e foco nos negócios principais
O Grupo Casas Bahia não está apenas olhando para o passado, mas também para o futuro. Eles estão utilizando Inteligência Artificial, que deverá cortar os custos de marketing em cerca de R$ 200 milhões anualmente.
A empresa também se distancia de operações menos lucrativas, priorizando áreas onde sempre se destacaram, como eletrodomésticos e móveis.
Renato Franklin, CEO da companhia, ressaltou a força da empresa em determinadas categorias. “Nossos pontos fortes residem em áreas como móveis e linha branca, onde temos uma margem bruta superior e maiores descontos devido à escala”, explicou.
Desafios financeiros e a busca por estabilidade
O Grupo Casas Bahia teve uma jornada tumultuada recentemente, com várias mudanças de gestão, resultando em falta de consistência.
A reestruturação da empresa visa aprimorar a estrutura de capital. No entanto, com a maioria de sua dívida a curto prazo e um saldo negativo, o relógio está correndo.
O follow-on recentemente realizado arrecadou R$ 622 milhões, não atingindo a meta de R$ 1,21 bilhão. Além disso, algumas das ações foram adquiridas por acionistas majoritários. Observadores do mercado argumentam que a comunicação da empresa não foi clara, levando a um sentimento de desconfiança.
Perspectivas e estratégias futuras
Franklin é otimista. Ele acredita que o mercado tem uma visão mais arriscada da empresa do que a realidade justifica.
Ele está confiante de que o plano atual colocará o Grupo Casas Bahia de volta aos trilhos nos próximos dois anos, com foco na melhoria das margens.
“Vejo potencial na nossa estratégia atual”, declarou Franklin. “Temos um plano de vender cerca de 100 de nossas lojas menos rentáveis e de capitalizar em créditos tributários. Além disso, estamos avaliando a venda de outros ativos estratégicos.”
Estas ações podem potencialmente trazer cerca de R$ 1 bilhão à empresa. Além disso, a redução de estoques pode trazer outro R$ 1 bilhão, e há a possibilidade de uma nova oferta de ações que pode valer até R$ 500 milhões.