Recentemente, o cenário do mercado imobiliário tem apresentado sinais de mudança. Ao contrário das altas contínuas que marcaram o pós-pandemia, os índices indicam uma desaceleração nos reajustes de aluguéis residenciais.
Índice Revela Menor Aumento em 12 Meses
Segundo o recém-lançado “Índice de Aluguel QuintoAndar Imovelweb”, houve um crescimento médio de 10,68% nos contratos em um ano, marcando a menor alta nesse período.
Variações Regionais nos Preços
- São Paulo: A metrópole observou um leve crescimento no valor do aluguel, onde o metro quadrado chegou a R$ 58,73. Essa variação de 0,2% é a mais modesta desde agosto do ano anterior.
- Belo Horizonte: A cidade apresentou um aumento de 20,81% ao longo de um ano, sendo esta a menor elevação em semestres recentes.
- Rio de Janeiro: A Cidade Maravilhosa, que presenciou um crescimento constante em seus aluguéis desde agosto de 2021, também experimentou uma desaceleração. O aumento acumulado no último ano ficou em 16,66%, inferior ao observado no período finalizado em julho.
- Curitiba: A capital paranaense registrou uma alta de 22,02% ao longo de um ano, sendo esta a penúltima mais baixa desde agosto de 2022.
Thiago Reis, especialista em dados do QuintoAndar, comenta: “O mercado imobiliário vem dando esses sinais de desaceleração em um movimento que se acentuou nos últimos meses. Passado o aquecimento no início do ano, a tendência é que haja uma acomodação nos valores”.
Sobre o “Índice de Aluguel”
Este índice, resultado da colaboração entre o QuintoAndar e o Imovelweb, busca oferecer uma visão mais precisa do mercado. Ele combina valores de contratos já fechados com os de anúncios publicados, objetivando mostrar o custo real do metro quadrado.
Possibilidades de Negociação para Consumidores
A desaceleração nos preços sinaliza uma janela de oportunidade para os consumidores. Mesmo com os valores ainda altos nas grandes cidades, negociações têm se mostrado mais viáveis.
Na prática, isso tem se traduzido em descontos entre 3% e 3,9% nas transações de agosto.
“Esse desconto parece pequeno, mas pode representar uma benfeitoria no imóvel durante um contrato. Há espaço para o inquilino barganhar. Para o proprietário, ceder um pouquinho também é vantagem para não arcar com os custos do apartamento parado”, ressalta Thiago.
Índices Gerais e a Deflação
O Quinto Andar não é o único a observar essa tendência. O Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) da FGV também registrou deflação nos últimos meses.
Conhecido como “Índice do aluguel”, o IGP-M apresentou queda de 0,72% em julho e 0,14% em agosto. No acumulado anual, essa baixa é de 5,28%.
Ao observar o período de 12 meses, a taxa negativa acumulada é de 7,20%, consideravelmente abaixo do aumento de 8,59% registrado em agosto do ano passado.
Esta revisão da tendência nos preços dos aluguéis pode impactar as decisões de inquilinos e proprietários nos próximos meses. A conjuntura atual sugere que é um momento oportuno para renegociar valores e buscar acordos que beneficiem ambas as partes.