A Raízen, uma das maiores empresas sucroalcooleiras do mundo, está expandindo seus investimentos em etanol de segunda geração (2G), também conhecido como etanol celulósico.
A empresa está prestes a inaugurar uma nova unidade 2G na Usina Bonfim, em Guariba, São Paulo, após o sucesso de sua planta em Piracicaba. Este movimento faz parte dos esforços da Raízen para fortalecer sua posição na transição energética global.
O Etanol de Segunda Geração: Uma Revolução Sustentável
O etanol 2G é produzido a partir de resíduos como palha e bagaço de cana-de-açúcar, que passam por hidrólise enzimática, fermentação e destilação.
Este biocombustível é considerado mais sustentável do que o etanol de primeira geração, pois utiliza matéria-prima que seria descartada e emite até 15 vezes menos carbono na atmosfera.
Expansão dos Investimentos em 2G
A Raízen planeja investir cerca de R$ 1,2 bilhão na nova fábrica 2G na Usina Bonfim, que terá uma capacidade de produção de 82 milhões de litros por ano.
Além disso, a empresa está construindo outras quatro unidades 2G, com duas delas previstas para serem concluídas no próximo ano. O plano é ter um total de 20 unidades em operação até a safra 2030/31.
Perspectivas de Lucratividade
Embora o etanol celulósico tenha enfrentado desafios, a Raízen está otimista em relação à sua lucratividade futura.
A produção na unidade de Piracicaba atingiu 7,7 milhões de litros no primeiro trimestre da safra 2023/24, e a empresa acredita que a partir da safra 2025/26, o etanol 2G começará a gerar caixa de forma significativa, o que ajudará a financiar os novos investimentos até 2030/31.
Fatores Favoráveis para o Setor Sucroalcooleiro
Além dos investimentos em 2G, a Raízen espera se beneficiar do aumento da produtividade dos canaviais e do aumento na produção de açúcar.
Os preços do açúcar estão elevados nos mercados doméstico e internacional devido à redução da oferta da Índia, o segundo maior exportador mundial de açúcar, depois do Brasil. Problemas climáticos e uma mudança estratégica para a produção de etanol estão contribuindo para essa redução na oferta.
A Evolução do Setor Sucroalcooleiro
O setor sucroalcooleiro passou por diversas fases de evolução. A primeira onda foi a produção de açúcar e etanol de primeira geração (1G), seguida pela geração de energia elétrica a partir do bagaço de cana (a segunda onda).
A terceira onda inclui o etanol 2G e o biogás, enquanto a quarta onda está surgindo, com produtos avançados como SAF (combustível de aviação), hidrogênio verde, bioplásticos e amônia verde.
O Futuro da Raízen: Sustentabilidade e Inovação
A Raízen está comprometida com a sustentabilidade e a inovação, buscando liderar essa nova era dos ativos digitais.
A empresa encerrou o primeiro trimestre da safra com receita líquida de R$ 48,8 bilhões, e está focada em impulsionar o crescimento sustentável no setor de biocombustíveis e energias renováveis.