O setor de fundos imobiliários foi sacudido por alegações de manipulação envolvendo o fundo Brazilian Graveyard & Death Care Services (CARE11).
A Comissão de Valores Mobiliários, a principal autoridade de regulamentação, recusou propostas de acordo, rejeitando uma soma tentadora de R$ 1,5 milhão.
A Controvérsia do Fundo CARE11
Remontando aos eventos que aconteceram entre fevereiro e maio de 2022, a Cortel Holding, juntamente com Roberto Coutinho Schumann e Marcio Coutinho Schumann, estão no centro deste imbróglio.
Enquanto a Cortel sugeria encerrar o caso com um pagamento de R$ 500 mil, os irmãos Schumann estavam dispostos a contribuir com R$ 1 milhão, prometendo também se abster de futuras operações com cotas do CARE11.
Contudo, o “Comitê de Termo de Compromisso (CTC)” foi claro ao comunicar a inaceitabilidade das propostas.
O posicionamento se deveu à seriedade das alegações e ao possível envolvimento de Roberto Schumann, sócio e diretor financeiro da Cortel, que possivelmente emitia ordens de negociação que culminaram na suposta manipulação.
Atividades Suspeitas
A Cortel, em um curto período de dois meses no ano anterior, dominou impressionantes 58,1% do volume de CARE11 negociado na B3. Isso foi acompanhado por uma elevação anormal no valor das cotas.
A justificação oferecida pela empresa? Uma recente aquisição de uma participação na Cortel pelo CARE11. Roberto Schumann foi apontado como a mente por trás das operações.
Um destaque dessa série de eventos ocorreu em 13 de abril. Em um único dia, a Cortel comandou 99,89% das negociações.
Logo após, uma pausa de duas semanas na atividade de negociação viu o preço das cotas cair 14,5%. A cotação, no entanto, subiu novamente com a retomada das compras pela Cortel.
Lucros das Operações Questionadas
Roberto Schumann, ao se comunicar com a CVM, afirmou que as compras eram uma estratégia defensiva. No entanto, as investigações da CVM revelaram algo mais sinistro.
Os lucros decorrentes dessas atividades questionáveis para Schumann e um investidor, identificado como P.O.G., foram estimados em R$ 472 mil e R$ 265 mil, respectivamente.
Curiosamente, as transações envolvendo Marcio Schumann, irmão de Roberto, trouxeram lucros modestos de R$ 18,7 mil.
Decisão Final
Após uma avaliação meticulosa, o comitê de termos de compromisso da CVM concluiu que a Cortel manifestamente se envolveu em práticas de “manipulação de preços”.
No que diz respeito a Roberto, ele foi implicado em práticas consideradas “não equitativas”, dada sua posição como diretor da empresa. Por agora, a proposta de acordo foi negada e o caso continua em processo.