Em um cenário internacional que favoreceu ativos de risco, o dólar experimentou uma considerável desvalorização ante o real. Finalizando o dia, o dólar comercial registrou uma queda de 0,76%, com o valor de R$ 4,940 para venda e R$ 4,941 para compra. No entanto, ao considerarmos o mês inteiro, a moeda norte-americana ainda mostra uma valorização de 4,40%.
Opinião dos Analistas sobre a Flutuação Cambial
De acordo com Eduardo Moutinho, analista de mercado da Ebury, “A falta de catalisadores claros indica que a queda do dólar hoje reflete uma questão de fluxo, e não de fundamentos em si”.
Ele também acrescentou que os investidores estão realizando lucros após os recentes ganhos expressivos da moeda americana.
Impacto dos Títulos Norte-Americanos
Operadores do mercado financeiro destacam que o real foi beneficiado pela queda nas taxas de retorno dos títulos do governo dos EUA. Estas, após alcançarem um pico em 16 anos, mostraram um recuo, principalmente devido a preocupações sobre decisões futuras do Federal Reserve.
Sobre este cenário, o Citi comentou em seu relatório que “Para o câmbio de mercados emergentes, a volatilidade das taxas é mais importante do que o nível das taxas dos EUA”.
Eles ainda reforçam que juros mais elevados nos EUA podem impactar negativamente as moedas emergentes, comprometendo operações de “carry trade”.
Eventos Importantes à Vista: Simpósio de Jackson Hole
O mercado aguarda com expectativa o simpósio de Jackson Hole, que ocorrerá durante esta semana. Fernando Bergallo, diretor de operações da FB Capital, ressalta que “O simpósio de Jackson Hole esta semana certamente vai balizar o mercado e fazer preço no dólar”.
Decisões do Banco Central Brasileiro
Em solo brasileiro, Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, alertou que a luta contra a inflação ainda não foi vencida e que é essencial uma abordagem mais rigorosa.
Enquanto Gabriel Galípolo, diretor de Política Monetária do Banco Central, observou que há margem para reduzir a Selic sem deslocá-la de uma posição restritiva.
Ele também mencionou que “Ainda que você não as use, é um tema muito relevante para você poder ter linhas de defesa que sinalizam para o mercado uma robustez”.