
Introdução ao Negócio de Venda de Aeroportos da Motiva
A Motiva, anteriormente conhecida como CCR, realizou uma transação significativa ao vender sua operação de aeroportos para o Grupo Aeroportuario del Sureste (ASUR), uma empresa mexicana. Este movimento representa um enterprise value de R$ 11,5 bilhões, o que equivale a quase um terço do valor de mercado da Motiva. A venda inclui R$ 5 bilhões em equity e R$ 6,5 bilhões em dívidas, envolvendo 100% da CPC Holding, que administra 20 aeroportos.
Essa venda estratégica sinaliza a entrada da ASUR no mercado brasileiro e expande sua atuação geográfica. No México, a ASUR já administra nove aeroportos, incluindo o de Cancún, além de sete outros na América Latina. Com essa aquisição, a ASUR se estabelece como a maior empresa de operações aeroportuárias na região, posicionando-se fortemente no mercado. A transação foi avaliada a 8,8 vezes o EV/EBITDA, superando o múltiplo atual da Motiva.
Esse negócio, que precisa de aprovações regulatórias, faz parte do plano de reestruturação da Motiva. No investor day, a empresa anunciou sua meta de simplificar o portfólio até 2035, concentrando-se em operações de rodovias e trilhos. A venda dos aeroportos reduzirá a quantidade de ativos administrados pela Motiva para 17 e ajudará na gestão operacional. Além disso, a empresa busca novas oportunidades de investimento de R$ 160 bilhões nos próximos anos.
Detalhes da Transação e Impactos na Motiva
A venda pela Motiva de suas operações aeroportuárias foi uma decisão estratégica destinada a ajustar o foco empresarial e otimizar o portfólio. A transação, que superou as expectativas em termos de múltiplos de avaliação, foi recebida positivamente pelo mercado, e tem o potencial de reduzir a alavancagem da empresa. Com a venda, a Motiva espera diminuir sua dívida de 3,5x para 3x, fortalecendo sua base financeira.
Esse movimento faz parte de uma estratégia maior da Motiva para focar em suas operações de rodovias e trilhos. A empresa já mapeou um pipeline de oportunidades de investimento de R$ 160 bilhões para o futuro próximo. Com R$ 55 bilhões em capex planejados até o fim das concessões, a maior parte nos próximos dez anos, a Motiva está redirecionando seus esforços para aproveitar essas oportunidades.
Além disso, a Motiva já alcançou o piso de sua meta de desinvestimentos anunciada recentemente. Para atingir sua meta completa, a empresa considera atrair um sócio minoritário para as operações de trilhos ou vender ativos pontuais do portfólio. Isso poderia potencialmente trazer novos capitais e aumentar ainda mais a eficiência e a rentabilidade das operações da empresa.
A venda foi considerada o melhor negócio no setor de aeroportos pelos assessores da Motiva, refletindo a importância e relevância internacional do movimento. Com a consumação da transação, a Motiva não só simplifica sua estrutura como também se prepara para uma nova fase de crescimento. A ASUR, por sua vez, não utilizou assessores financeiros, mas recebeu suporte jurídico para garantir a eficácia do processo.
Itaú BBA e Lazard foram os assessores da Motiva, enquanto Pinheiro Neto forneceu a assessoria jurídica. Já a ASUR foi assessorada juridicamente pelo BMA. Essa colaboração foi crucial para fechar uma transação deste porte, que posiciona ambas as empresas para futuros desenvolvimentos no setor de infraestrutura na América Latina.
Características do Negócio de Aeroportos
- Venda de R$ 11,5 bilhões consiste em R$ 5 bilhões em equity e R$ 6,5 bilhões em dívidas.
- Inclui a gestão de 20 aeroportos, com entrada da ASUR no Brasil.
- Transação avaliada acima dos múltiplos de mercado vigentes.
- Parte do plano “Ambição 2035” da Motiva para simplificação do portfólio.
Benefícios da Venda de Aeroportos para a Motiva
Um dos principais benefícios da venda das operações aeroportuárias pela Motiva é a redução da alavancagem. Ao diminuir a relação dívida/EBITDA da empresa, a Motiva se coloca em uma posição mais sólida financeiramente, o que pode permitir investimentos mais estratégicos em outras áreas chave. A simplificação do portfólio é outro ganho significativo, melhorando a eficiência operativa e facilitando a gestão diária da empresa.
Ao focar nas operações de rodovias e trilhos, a Motiva busca ampliar sua presença e se capitalizar sobre um pipeline de oportunidades mapeadas em cerca de R$ 160 bilhões. Isso abre a porta para novos projetos e possibilita à empresa redirecionar seus recursos e esforços para obter retornos mais interessantes e sustentáveis no longo prazo. Com uma alavancagem menor, a Motiva ganha também em competitividade.
Outro aspecto interessante da transação é a capacidade da Motiva de manter sua posição de mercado, ao mesmo tempo em que se torna uma empresa mais enxuta e focada. Isso é crítico em um mercado competitivo como o de infraestrutura, onde a capacidade de capitalizar sobre oportunidades emergentes pode definir o sucesso a médio e longo prazos. Adicionalmente, a abertura para novos sócios em trilhos também pode trazer novos insights e capital.
A colaboração entre a Motiva e seus assessores foi crucial para auxiliar a empresa a atingir seus objetivos estratégicos. A parceria com o Itaú BBA e Lazard ajudou a garantir que todas as heranças e aspectos do negócio fossem devidamente analisados e atendidos, o que reflete diretamente nos benefícios financeiros alcançados pela companhia. Tudo isso contribui para um robusto portfólio de investimentos.
- Redução da alavancagem financeira e fortalecimento das finanças.
- Foco em operações de rodovias e trilhos para novas oportunidades de investimento.
- Maior eficiência e uma gestão mais simplificada com menos ativos.
- Possibilidade de atrair sócios para expandir operações de trilhos.
- Ganho em competitividade e capacidade de resposta no mercado.
