Segundo a avaliação da gestora Janus Henderson, o cenário de inflação alta e taxas de juros elevadas beneficiará as ações de valor na Europa. A gestora, que possui € 19,1 bilhões em ações europeias sob sua administração, destaca que esses papéis estão com preços mais atrativos em comparação ao mercado americano.
De acordo com um relatório da Janus Henderson, a diferença de avaliação entre a Europa e os Estados Unidos, medida pelo múltiplo de Schiller de preço sobre lucro, é considerada extrema, o que cria um ponto de entrada atrativo para as ações europeias.
Além disso, a desvalorização do euro torna os produtos da região mais competitivos em comparação com seus concorrentes internacionais.
A gestora lembra que, desde a crise financeira global de 2008, a Europa tem experimentado um crescimento lento, em parte devido às políticas de austeridade adotadas na região, o que resultou em um crescimento do PIB cerca de 10% menor em comparação aos Estados Unidos.
Com um cenário mais favorável ao crescimento agora, a expectativa da Janus Henderson é que as ações de valor na região se destaquem, com uma preferência por diversificação entre aquelas empresas que possuem uma boa presença global.
As ações de valor são aquelas negociadas abaixo do preço considerado justo e geralmente são boas pagadoras de dividendos. Por outro lado, as ações de crescimento são aquelas em que os investidores esperam um rápido avanço nas receitas e lucros.
O relatório destaca empresas de diversos setores, incluindo a indústria química Arkema, a fornecedora de insumos para a indústria de semicondutores holandesa ASML, a fabricante de chocolate Lindt, a empresa de alimentação animal DSM, a Inditex (dona das redes Zara e Oysho), a Mercedes-Benz, a Nestlé, a empresa de bens de consumo de luxo LVMH, a empresa farmacêutica Novo Nordisk, a empresa de software Ignify, a empresa de energia Total e a empresa de papel e celulose UPM.
Outro fator que aumenta a atratividade das ações europeias, de acordo com a Janus Henderson, é que a região está bem posicionada para se beneficiar das questões ambientais, sociais e de governança (ESG).
O relatório destaca que as emissões “net-zero” são uma prioridade para os defensores da sustentabilidade em todo o mundo e que as empresas de energia da região possuem tecnologia e recursos financeiros para investir nessa transição para uma economia de baixo carbono de forma ordenada.