No dia 10 de abril, completaram-se os primeiros 100 dias do terceiro governo do presidente Lula, filiado ao Partido dos Trabalhadores (PT). Nesses 100 dias, o governo de Lula cumpriu 1/3 das promessas feitas durante a campanha eleitoral.
O governo cumpriu em sua totalidade 13 dos 36 compromissos claramente mensuráveis firmados no período, enquanto parcialmente atendeu outros quatro. O governo ainda não cumpriu 14 das promessas e ainda não é possível avaliar outras cinco.
Para marcar a data, Lula e seus ministros apresentaram um balanço da gestão e lançaram a campanha “O Brasil Voltou”, que já circulava nas redes sociais desde o fim de semana.
Em sua publicação do vídeo, o presidente declarou: “Estamos de volta para cuidar do povo brasileiro, e é exatamente isso que estamos fazendo. Continuaremos trabalhando juntos por um Brasil com mais direitos e oportunidades”.
Propostas concretizadas
Durante os seus primeiros 100 dias de governo, Lula recuperou programas implementados em gestões petistas anteriores, como o novo Bolsa Família, Minha Casa, Minha Vida e o Mais Médicos. Além disso, o governo espera relançar uma versão similar ao Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
No entanto, Lula enfrentou situações delicadas com alguns de seus ministros nos últimos 100 dias. Ele precisou desmentir anúncios feitos por eles e também lidou com o desgaste de dois ministros, Juscelino Filho das Comunicações e Daniela Carneiro do Turismo.
Um exemplo foi quando o ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, prometeu um projeto de passagens aéreas por R$ 200 para determinados grupos, chamado de “Voa Brasil”.
As críticas internas surgiram após o anúncio informal, levando Lula a pedir aos ministros que não anunciassem nenhuma iniciativa genial sem passar pela Casa Civil.
Declaração do presidente
Lula afirmou que 100 dias é um período curto se comparado aos 1.460 dias de mandato que terá. No entanto, ressaltou que esses 100 dias foram suficientes para reverter um cenário estarrecedor identificado pelos quase mil especialistas dos grupos de transição.
Os problemas herdados eram tantos e em tantas frentes que o termo “reconstrução”, precedido de outra palavra-chave, “união”, foi incorporado ao slogan do governo federal.
Assim como já havia feito no primeiro discurso após vencer a eleição do ano passado, Lula reafirmou que não existe “dois Brasis” e enfatizou que não faz distinção entre seus eleitores e os de Jair Bolsonaro (PL). “Nestes primeiros 100 dias, priorizamos o que era inadiável. Começando pelo necessário, para fazer o possível e alcançar sonhos que hoje podem parecer impossíveis”, afirmou.
Propostas a serem efetivadas
Além disso, o governo realizou ajustes políticos na composição do ministério, incluindo a tentativa de consolidar uma base sólida no Congresso. Entretanto, apesar da aliança com o Centrão, essa base ainda não é considerada concreta.
A questão econômica tem sido a principal fonte de turbulência no governo. Antes mesmo de tomar posse, o governo apresentou a PEC da Transição, que alterou o chamado Teto de Gastos. Contudo, a equipe econômica continua discutindo uma nova estrutura fiscal para o ajuste das contas públicas.
Embora as linhas gerais da iniciativa tenham sido apresentadas pela equipe econômica, o projeto ainda não foi enviado ao Congresso Nacional.
Alguns pronunciamentos do presidente, especialmente em relação à política de taxa de juros, têm gerado críticas. Nesse sentido, o Banco Central tem sido um dos principais alvos das críticas.