Este ano, a Bolsa de Valores não tem trazido boas notícias para o Ibovespa, que acumula uma queda superior a 8,5%. A perspectiva de atraso no início da redução das taxas de juros nos Estados Unidos e os problemas fiscais no Brasil têm afastado os investidores do mercado de ações. No entanto, algumas empresas se destacam com quedas superiores a 40%.
No top cinco das maiores baixas do principal índice da Bolsa brasileira, até o fechamento de quarta-feira, estavam os papéis da Cogna (COGN3), Magazine Luiza (MGLU3), CVC (CVCB3), Yduqs (YDUQ3) e Azul (AZUL4). As quedas foram de 45,5%, 43,7%, 43,4%, 42,8% e 42%, respectivamente.
Todas essas empresas são fortemente influenciadas pelas taxas de juros, uma vez que os contratos futuros (DIs) aumentaram devido ao cenário econômico dos Estados Unidos e à situação fiscal do Brasil.
Essas companhias são altamente sensíveis às taxas de juros, o que afeta tanto o consumo, devido ao crédito mais caro, quanto os gastos financeiros, que se tornam mais elevados, encarecendo a dívida.
A Cogna e a Yduqs, empresas do setor educacional que apresentam grandes quedas, sofrem com linhas de crédito estudantis mais caras, o que limita o número de novas matrículas.
Além disso, a alta nas taxas de juros tende a desacelerar a economia, reduzindo o interesse das pessoas em investir em educação. O setor educacional é conhecido por ser de alto investimento e concorrência elevada.
A CVC e a Azul, empresas do setor de viagens, também enfrentam problemas semelhantes. Os juros mais altos diminuem a demanda, e as altas despesas operacionais e a alavancagem dessas empresas contribuem para as quedas de seus papéis.
A Magazine Luiza lidera as perdas do setor varejista, com problemas semelhantes aos das outras empresas. A alta dos juros inibe o consumo e aumenta os custos com dívidas.
Apesar dos avanços operacionais apresentados nos resultados recentes, a percepção de que os juros continuarão altos no Brasil impactou negativamente o mercado, afetando o desempenho da Magazine Luiza.
Esses desafios enfrentados pelas empresas refletem um cenário complexo e desafiador para a Bolsa de Valores em 2024, com a expectativa de que as baixas das ações continuem se agravando.